12. Leonardo Coimbra (1883-1936) - O Criacionismo
Fundador e Professor da 1ª Faculdade de Letras do Porto. Formado em Matemática e Filosofia. Grande sensibilidade literária e poética. Deputado. Duas vezes Ministro da Educação.
Elabora uma hermenêutica sobre todos os pensadores seus contemporâneos (Antero, Bruno, Pascoaes, Junqueiro), mas afasta-se de todos eles.
O Criacionismo:
A realidade é sempre pensamento. A actividade mental vai determinando a realidade. A realidade está sempre a ser determinada. O espírito determina-se a si próprio na medida em que vai determinando a realidade.
Até 1923, tenta unir o pensamento libertário com o Criacionismo. Depois, aproxima-se cada vez mais do Cristianismo, até aderir ao catolicismo pouco tempo antes de morrer em acidente de viação. Passagem de livre pensador a cristão ortodoxo.
Nele, o Homem é fundamentalmente um ser saudoso: uma saudade imanente e transcendente. Uma nostalgia da realidade, onde o Amor é a nota de Unidade com Deus. Quanto mais Amor mais consciência. A matéria não é senão o soro do espírito. Há vários níveis de amor e de consciência.
O homem vive com saudade do Paraíso (o Mito do Génesis). É saudoso de um estado em que a sua consciência ainda não se tinha precipitado para a exterioridade e materialidade. Uma saudade metafísica.
Luis Santos
Referência Bibliográfica: Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009
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