sábado, 15 de janeiro de 2011

Filosofia e Saudade

14. José Marinho (1904-1975)-Teoria do Ser (1961)

. Um Absoluto que está para lá de toda a experiência da relação: não cria, nem é criado. Como a experiência de alguma coisa que é constante, vertical, sem princípio nem fim, sem nascimento nem morte. Uma visão universalista.

A Visão Unívoca - Os olhos com que se vê são os olhos com que se está cego. O Espírito ou a Visão Unívoca é de uma união e cisão simultânea - o uno que cinde e a cisão que une. A ambiguidade da Visão Unívoca como intrínseca à própria existência.


15. Eudoro de Sousa (1911-1987), Origem da Poesia e da Filosofia

. Os primeiros homens, os primitivos, caracterizavam-se por uma indistinção entre 3 planos: Divindade, Humanidade, Animalidade. Há uma expriência religiosa primordial em que não há nomeação. Os primeiros rituais não têm relação com o intelecto, mas sim com o corpo. A experiência primordial é dançante.

O Homem que procura mediações é um homem que está no plano do profano, que está ainda separado e que se quer religar. Valoriza-se essa maneira de ser do homem primitivo.

Luis Santos

Referência Bibliográfica:
-Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009

2 comentários:

Abdul Cadre disse...

Vá lá saber-se porquê, caiu-me esta no pensamento: pôs-se de moda, no seio de alguns pequenos círculos de gente naturalmente bem intencionada, dizer-se que é mais importante o ser do que o ter...
Ora isto, por mais que seja verdade, não é a verdade toda, porque para uma e outra coisa sobra invariavelmente a aparência e então cabe aquela verdade toda que se diz de brincadeira que vale mais sê-lo do que parecê-lo.
Quem sabe se não é bom que se reflicta que quando possuimos algo esse algo nos possui a nós também, o que diminui a liberdade do possuidor ou proprietário. Por outro lado, se desejamos algo e não o conseguimos, pode bem ser que a frustração nos faça tão infelizes que a nossa infelicidade se torne um obstáculo à realização do ser, já de si agrilhoado pelos mecanismos do desejo.
Sabem o que é que eu acho?
É que pelo ter apenas estamos e a todos nós, seres sensíveis capazes de escolher, o que se nos pede, quer tenhamos ou não, é atenção aos sinais que a vida a todo o momento nos faz. Se ela nos faz pst, pst não é para ficarmos parados. É a caminhar que se faz o caminho e é agindo que se faz o ser. Para sermos é imperioso que façamos. Tudo o mais são facturas e recibos.
AC

luis santos disse...

Caminhando e agindo inventámos o Estudo Geral. Este mesmo que teve a honra de receber a sua visita e valorosa prosa. Mais ainda, a gratificação e a gratitude de ter ser aparecido por cá. As suas palavras dão realmente uma maior dimensão à coisa. Não deixe de (re)voltar. Por estas, aparentemente, pequenas coisas, ou coisas pequenas, o que não é a mesma coisa, como se vê, é que nos metemos a caminho sem caminhar e fazendo, deixámos de fazer. Mas se o amigo insistir, nós acreditamos.
LC (equivalente a ES, dizem...).