quinta-feira, 14 de abril de 2011

d´Arte - Conversas na Galeria XXXIII


Sem Título I Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 100x100cm

O Nome das Coisas
Cada vez dou mais importância ao título das minhas obras. Nesta série que tenho estado a mostrar, como nunca foram formalmente expostas, ainda não pensei seriamente nos títulos que lhes devia dar. Se um nome influencia a vida duma pessoa, acho que também terá a sua importância para uma obra de arte.
As duas peças que irei apresentar, ainda não têm título. São pormenores de embarcações no estaleiro, com sinais de corrosão, que estão a ser preparadas para calafetagem e pintura.
Vamos experimentar? Qual o título adequado para esta?
Aguardo sugestões...

4 comentários:

MJC disse...

Amigo António eu chamar-lhe-ia:

1. - Töry pelas cores todas;
2. - Ítaca se atender apenas a algum do azul.

De resto gosto bastante.

abraço,

mj

Luís F. de A. Gomes disse...

Continuamos então nos barcos, nessas fabulosas criações que tão bem simbolizam a fragilidade da vida, qual rolha de cortiça bamboleando na incerteza das águas.

E o produto deste olhar está cheio de histórias de marinheiros, cheio da força dos braços que estivaram e das peles curtidas e salgadas que se enrugaram nas vicissitudes desses transportes e mercâncias. Na luz dessas cores, há ecos de memórias de lágrimas e esperança.

Também podendo ser em jeito de homenagem a esse pintor da câmara de filmar que foi Tarkovski, diria que "Nostalgia" poderia integrar um bom título.

Aquele abrao, companheiro
Luís

A.Tapadinhas disse...

MJC: Uma obra com o título Töry está a ser criada desde que foi publicada aquela fotografia...

O quadro tem a cor do Mar Jónico. Vou perguntar a Ulisses se gosta de Ítaca...

...embora já saiba a resposta: quem não gosta da sua terra natal?
:)
Abraço,
António

A.Tapadinhas disse...

As histórias que as coisas contam, e os barcos são os que têm mais para contar, insidiosamente, vão-se entranhando na nossa pele e daí até ao cérebro e ao capítulo das recordações é um pequeno passo...

Logo ao lado, estão as boas memórias, onde, em concubinato vive a nostalgia, essa terrível e deliciosa iguaria que saboreamos como um afrodisíaco...

Abraço,
António