Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também virado à participação local, lembra a fundação do "Estudo Geral" em Portugal, lá longe no ido século XIII, por D. Dinis, "o plantador das naus a haver", como lhe chama Fernando Pessoa em "Mensagem". Coordenação de Edição: Luís Santos.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
d´Arte - Conversas na Galeria XXXIV
Sem Título 2 Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 100x100cm
Para ler com esta música.
Quem já passou por grandes provações sabe que é necessário viver cada momento como se fosse o último. Isso é impossível quando somos muito jovens; essa é uma idade em que somos imortais. Depois de tudo desabar há sempre alguém que já foi feliz - o optimista!
Esta embarcação tem os vestígios das tempestades a que sobreviveu, com as cicatrizes que são o seu testemunho irrefutável. As cores primárias com que está pintada dão-lhe um forte impacto visual, que é reforçado pelas generosas camadas de tinta, aplicadas com espátula.
Decidi não manifestar a minha opinião sobre as criativas sugestões apresentadas, para não influenciar quem quiser dar um título a este quadro.
Ao contrário do que infelizmente acontece na vida real, demasiadas vezes, aqui há uma segunda oportunidade para todos.
Vamos aproveitá-la?! Tristezas não pagam ao FMI!
Carpe Diem!
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6 comentários:
Já que o azul se ampliou e se, olhando para o outro, me fazia lembrar mais o lodo, a lama do rio (sem pejoração), este faz-me lembrar o Mar em ondas calmas que se estendem pelo areal da praia, onde se espelha o céu.
Talvez haja aqui alguém que anda a precisar de se bronzear...
Por outro lado, este azul remeteu-me para uma canção do Vinicius de Moraes que não ouço faz muitos anos e que talvez diga assim:
"Ponha um pouco mais de azul na sua vida, como no seu samba (...) a vida é a arte de encontro embora já tanto desencontro nessa vida(...) Eu, por exemplo, capitão do mato, o branco mais preto do Brasil...". E, como parte da letra não a subscrevo também não a transcrevo.
Mas vamos ao que mais interessa. Mais do que nome terá símbolo e música:
Nome: Tao (O Caminho)
Símbolo: o 69 do Tao
Música: "O Mar", dos Madre Deus
Uma pintura com música?...
Abraço.
A tua sugestão já está incluída para quem passar pela galeria...
Abraço,
António
Continuamos então na alegoria de Golding, justamente a melhor forma de perceber que pelo efeito da seta do tempo, a lei da seta do tempo, cada momento é irrepetível e por isso único pelo que mesmo sabendo ou julgando saber ou pura e simplesmente acreditando ou querendo acreditar que ele não será o último, importa vivê-lo nessa singularidade irreversível, o que dá sentido ao voto a que convidas a propósito deste barco e simultaneamente é o que materializa o viver poético, isto é, o levar a vida com poesia no quotidiano, usufruindo portanto de cada momento como se em ele acrescentássemos algo novo a esta vida que, pesem embora as contingências do sofrimento, não deixa por isso de ser bela, afinal, outra leitura da alegoria do Golding.
Foi a percepção de ter gozado de uma segunda oportunidade na vida que levou Larry Darrel a declinar a possibilidade de um futuro para se atirar na sua busca da sabedoria que o levou à procura da santidade.
Tens aí um bom universo para o nome desta pintura feita barco, ou deste barco que elevaste a pintura.
Para lá da superfície é esse um dos sentidos da Arte, elevar a vida.
É contra tudo isso que a(s) lógica(s) que controlam o FMI se estão levantando, com o propósito de nos esmagar.
Dartear é pois uma das formas de resistência.
Aquele abraço, companheiro
Luís
Estou a responder ao teu comentário, apressadamente, não lhe dando a atenção que ele merece, porque vou desligar o computador (também ele tem direito a descanso, embora não precise) numa lógica egoísta: pode haver nova trovoada que rebente com os tímpanos, ou lá o que é, desta máquina.
Vou para o Algarve ter com o Rafael e a Elsa. Fica/fiquem bem!
Aquele abraço,
António
Viva António!
Eu chamar-lhe-ia Marinho.
Em homenagem ao rio, ao mar e às gentes e culturas da borda d'água que, creio, ficariam bem representadas na saudosa figura do "nosso" Márinho da Graça recentemente falecido.
A arte potencializando as nossas recordações e vivências cumpre-se ajudando a cumprirmo-nos.
Um grande abraço.
mj
Marinho é muito bom. Eu acrescentaria "da Graça" para lhe dar profundidade histórica. De qualquer maneira, já fica aqui a merecida lembrança de um Homem bom que representa tudo aquilo que já foi dito em cima e que esperemos não seja a última.
Abraço de Graça.
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