domingo, 1 de setembro de 2013

 
 
COISAS QUE SE CONTAM
 
 


E assim labuta a incansável mente.

Umas vezes, por caminhos que sabe de cor outras, procurando descobrir paisagens que transitam da matéria etérea dos sonhos e onde o deambular ilude a gravidade em passos que roçam a lua na rota do feitiço que dela se desprende. Outro dia a lua escondeu-se e vi-me sózinho defronte da imensa tela negra da noite sem estrelas.

Não tive medo mas senti-me desconfortável.

Olhei em volta mas não havia ninguém com que conversar e então cantei até me fartar.

Quando me fartei, calei-me e pensei em regressar.

Regressei e, cá estou.

Pronto para novas caminhadas.

Amanhã.

Talvez.

 
 
 
 
Pintura de Julião Sarmento através de foto de Isa Ferreira ;
Texto: Manuel João Croca

6 comentários:

luis santos disse...

Pois é, a imensa tela negra da noite também faz parte. Mas, depois, passa. Abraço.

A.Tapadinhas disse...

Então o canto que ouvi, quando a lua cheia me iluminou a cara, não era de nenhum lobo...

Era, apenas, um homem irado...

António

estudo geral disse...

Pois é, começa a clarear e o dia nasce. Alternando completam-se.

Abraço.

Manuel João.

estudo geral disse...

Irado??? Não !
António há mais vozes a cantar na noite. De certeza já que as cantigas de que falava eram de amor.

Abraço.

Manuel João

Unknown disse...

Quando a lua se esconde, ficam os passos incertos... há os sonhos e o canto... se forem de amor. Belíssimo texto, Manuel João.

MJC disse...

Sim Teresa porque o Amor é o que de facto mais conta, não é?!

Abraço.

Manuel João