COISAS
QUE SE CONTAM
E assim labuta a incansável mente.
Umas vezes, por caminhos que
sabe de cor outras, procurando descobrir paisagens que transitam da matéria
etérea dos sonhos e onde o deambular ilude a gravidade em passos que roçam a
lua na rota do feitiço que dela se desprende. Outro dia a lua escondeu-se e
vi-me sózinho defronte da imensa tela negra da noite sem estrelas.
Não tive medo mas senti-me
desconfortável.
Olhei em volta mas não havia
ninguém com que conversar e então cantei até me fartar.
Quando me fartei, calei-me e
pensei em regressar.
Regressei e, cá estou.
Pronto para novas caminhadas.
Amanhã.
Talvez.
Pintura de Julião Sarmento através de foto de Isa Ferreira ;
Texto: Manuel João Croca
6 comentários:
Pois é, a imensa tela negra da noite também faz parte. Mas, depois, passa. Abraço.
Então o canto que ouvi, quando a lua cheia me iluminou a cara, não era de nenhum lobo...
Era, apenas, um homem irado...
António
Pois é, começa a clarear e o dia nasce. Alternando completam-se.
Abraço.
Manuel João.
Irado??? Não !
António há mais vozes a cantar na noite. De certeza já que as cantigas de que falava eram de amor.
Abraço.
Manuel João
Quando a lua se esconde, ficam os passos incertos... há os sonhos e o canto... se forem de amor. Belíssimo texto, Manuel João.
Sim Teresa porque o Amor é o que de facto mais conta, não é?!
Abraço.
Manuel João
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