Dois princípios
parecem reger a nossa vida, o prazer e a dor. Parecem ser as bussolas do
dia-a-dia. Os Utilitaristas defendiam que a vida humana se orienta pela fuga à
dor e pela busca do prazer. Provavelmente é o ao binómio vida /morte, corda
bamba da existência.
Por mim parece-me
bem. Andamos em fuga. Fugimos ao que nos parece mal e nos agride. Queremos
manter a vida e atingir o prazer. Provavelmente este será o centro da nossa
existência, no sentido filosófico (existencialista); existir é “ex”, “ser para
fora”, para a viver com os outros e procurar a plenitude. Aliás, nada mais
faria sentido se não fosse esta procura incessante de “estar bem” consigo
próprio e com os outros.
A plenitude poderá
ser a procura do bem-estar, a felicidade, a vivência dos prazeres que nos
tornam humanos.
Viver em prazer é existir. É para isso que faz
sentido andar por aqui. Será? Penso que sim. Não tenho a certeza. Mas que
sentido faz a vida se nos centrarmos na dor, no mal-estar e na dor pela dor?
PEDRO VARGAS
(MFI - Movimento das Forças Interrogativas)
5 comentários:
A dor também faz parte. A tristeza faz parte. O binómio "manter a vida e atingir o prazer" parece-me muito bem aplicado. Mas talvez não se possa ser tão redutor: E os que usam o cilício? E os que dão a vida pela causa mais justa?
Está lá a dor; está escrita a dialética entre a dor e o prazer. Sendo que o que faz sentido para o humano é a procura do prazer, mesmo que implique dor.
'Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado.'
Albert Camus
Caro CIDE...
...que estranho não é, buscar-se o prazer através da dor? E se assim é como pode dizer-se que só a procura do prazer interessa? E que prazer é esse que se procura através de forma tão insana?
Segundo o Camus, nem o prazer interessa para que se viva muito melhor? Masoquista, o Camus?
Não me parece que seja melhor vivida sem significado. Porque o significado/ sentido está lá, sempre, mesmo quando não sabemos qual o sentido.
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