“conhecemos
sempre o amor / os pássaros / a distância entre itabira e cascais / conhecemos
tudo isso / conhecemos os poemas / as pedras em que se escreveram as primeiras
letras / conhecemos o sexo / a lenta arte de viajar / conhecemos o conhecimento
/ o conhecer / o ofício breve de nos sabermos / sós e desamparados.”
“há mãos e olhos que vêm / olhos e mãos que sem ver anunciam / um olhar novo / um olhar de agora / um olhar sem promessas de futuro”(Jorge Vicente)
“há mãos e olhos que vêm / olhos e mãos que sem ver anunciam / um olhar novo / um olhar de agora / um olhar sem promessas de futuro”(Jorge Vicente)
A pedra nua um nó de mar para navegarmos
Entre os corpos entrelaçados como aprendizes
Secretos do amor conhecemos os seus pássaros
A distância entre nós e o
cultivo
Das flores de arrepios azuis, conhecemos tudo
Isso as pedras que escreveram as primeiras
Letras, conhecemos a carne rosa clara do
Inferno, a lenta arte de viajar, conhecemos o
Conhecimento, o conhecer, o oficio breve
De nos sabermos sós e desamparados, há
Mãos e olhos que nos vigiam, olhos e mãos que
Sem ver anunciam, por um olhar novo já
Amanhã na rosa dos ventos da nova freguesia
das Águas livres junto ao aqueduto na Damaia
Um olhar de agora a noite, um olhar capaz de
Virar a vida por um novo futuro, no ciberespaço
Ainda há um beijo real da romã da ternura nos
Lábios doces que espero.
José Gil.
1 comentário:
Gosto muito! Mas não saberia comentar nem consigo decidir se se trata de um poema que me deixa feliz ou, pelo contrário, se me entristece. É que, se por um lado há o 'ofício breve de nos sabermos/sós e desamparados', por outro há a referência a 'um olhar capaz de Virar a vida por um novo futuro' e os 'Lábios doces que espero.' Se calhar é um poema como os dias - ora tristes e sós, ora repletos de esperança em momentos em que o 'beijo' aconteça. Sem promessas de futuro. Porque só existem momentos.
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