segunda-feira, 21 de outubro de 2013

REAL... IRREAL... SURREAL... (51)

Persistência da Memória, Salvador Dali, 1931
Óleo Sobre Tela, 24x33cm

...E eu também vou falar do Tempo.
A rapidez com que o observador se desloca faz encolher o espaço e aumentar o tempo. Temos  a  sensação que é síncrono o passar dos segundos, que é imutável, mas está provado que não. Por absurdo, se o observador for aumentando a sua velocidade, ultrapassando a da luz, conforme está demonstrado ser possível (desculpa Einstein!), o tempo vai ficando mais lento, cada vez mais lento...
Deus deu-nos uma alma Imortal; quem acreditar neste conceito tem a Eternidade ao seu alcance, porque a sua morada é lado a lado com a Imortalidade. Para os outros, resta acreditar que a velocidade pode aumentar até fazer parar o tempo.
A velocidade maior que podemos conceber é a do nosso pensamento... Assim, pensar no meu (teu, nosso) amor é ter a Eternidade ao meu (teu, nosso) alcance!
Os segundos podem ser iguais para um relógio: não são com certeza para os apaixonados!

António Tapadinhas

4 comentários:

luis santos disse...

Depois de Einstein ter divulgado a teoria da relatividade que revolucionaram as leis da Física clássica, onde os conceitos de tempo e espaço eram dados como absoluto e passam a relativos, sendo que para Ele absoluto só a velocidade da luz, depois disto, dizíamos nós, uns colegas foram-lhe bater à porta para que ele lhes explicasse melhor, em termos físicos, o que estava em causa. Einstein mandou a empregada dizer-lhes que "estar sentado 10 minutos em cima do fogão aceso, não é o mesmo que estar 10 minutos a fazer amor...". Pelos vistos, quando nos conseguirmos "deslocar" à velocidade da luz, quer dizer, sermos luz, se não o formos já, então, os relógios amolecem como diria o Dali e a memória distende-se...

A.Tapadinhas disse...

Luis Santos:
O tempo dos apaixonados não é igual. Camões disse:
Amor é fogo que arde sem se ver,/ é ferida que dói, e não se sente;/ é um contentamento descontente...
O tempo de quem está no fogo também não é igual. A não ser... que se use fogo frio!
Como tu admites, e eu também, se (ainda) não somos luz, para lá seguimos a uma velocidade cada vez maior, juntamente com o universo de que fazemos parte.
Abraço,
António

Luís F. de A. Gomes disse...

É curiosa a percepção do tempo pelos apaixonados; do lapso temporário que lhes parece o tempo em que estão juntos, à eternidade sentida num momento de sublimação. É o paradoxo temporal dos apaixonados o que nos deixa pensar que a paixão está para lá da razão e coloca os apaixonados noutra dimensão, justamente a da paixão, onde o que está para lá dela, não conta.

Aquele abraço, companheiro
Luís

A.Tapadinhas disse...

Luís F. de A. Gomes:
Eu já vivi instantes que foram eternidades e o seu contrário.
Passei por situações extremas em que é difícil julgar, a posteriori, se o tempo que duraram foram séculos ou milissegundos... Tempo tão imenso que dá para rever toda (mesmo toda!) a nossa vida, e tão fugaz como o lapso de tempo que está entre fechar e abrir os olhos...
Paradoxos em que o nosso cérebro, a maior aquisição do homem, é fértil...

Abraço,
António