quarta-feira, 23 de setembro de 2015


BARCO

elixir
remédio
amargo: corpo dolorido ao tempo
              delicado. A dedicação oxida
                         no terminar dos dias.

Observo pessoas voltando
para suas casas. O remédio
amarga a boca. O retorno
no imenso e doloroso
rio: o barco aporta



CORDEIRO

Dedico o poema
à lenda do cordeiro sem cabeça
dos confins do universo

peço a gentileza da devolução
das ofensas proferidas em verbos.

Recito o verso atravessado
no espaço entre desencontros
e a vontade de estar junto.

Ofereço minha cabeça a prêmio
satisfeito na ilusão da permanência.

(Pedro Du Bois, inéditos)

2 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Caríssimo Luís, mais uma vez, grato pela distinção. O link está no meu blog e no meu perfil do google+. Abraços. Pedro

luis santos disse...

Igualmente gratos, caro Pedro.
Abraços.