terça-feira, 15 de setembro de 2015

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

ASSIM DE VÊ A FORÇA DO PC


Sento-me para escrever estas páginas na companhia do programa “Bancada Central”, na TSF que teve início à época em que estava a escrever o primeiro desta série de diários. 
O tema desta noite é, obviamente, o jogo de ontem à noite entre o Futebol Clube do Porto (FCP) e o Real Madrid, a contar para a liga dos campeões. 
Foi uma partida agradável, com alguns bons lances de futebol e que, aqui e ali, teve algumas sequências prolongadas de jogadas rápidas e bem desenhadas que sempre fixam a atenção dos espectadores. Sem encher o olho, não deixou de ser uma disputa interessante de se seguir. 
O três a um favorável aos merengues espelha aquilo que se passou dentro do campo. 
O FCP jogou à FCP, isto é, os seus jogadores deram pancada, lá se atiraram para a relva com todo o afinco e a bola andou saltitante entre os pés de recurso e as cabeças de alívio que, de resto, é ir para a frente que corrida alguém tem. A diferença esteve naquele que não foi convocado. Ainda que o seu substituto tenha sido um tanto ou quanto complacente com as batidas e as rasteiras por trás e outras entradas que já nos acostumaram que os adversários fiquem a sangrar. De qualquer forma, a confiança na impunidade que o grande timoneiro normalmente assegura, esteve muito longe de poder ser posta em prática o que não é de estranhar, pois o homem sabe ler poesia mas, por nacionalismo, pois então, não fala inglês. 
Quanto ao Real, fez um treino normal; a dificuldade que se lhes colocou foi darem a volta a um resultado e tiveram a garra necessária para o fazer e depois a calma suficiente para saberem resistir às pressões de um adversário cheio de vontade mas, lá está, sem o tal ponta avançada que a UEFA não deixa inscrever com o mesmo descaramento com que o fazem os amiguinhos cá do burgo. 
O saldo final é que assim se vê o verdadeiro lugar do FCP entre os grandes da Europa. As pantominices não costumam resistir às provas dos factos. 



Mas os pantomineiros não se escusam de inventar seja o que for. 


E só não vê quem não quer. 
Este governo está de baixo de fogo cerrado e até que se vergue completamente perante o esconso que por ora corre o risco de perder o balandrau ou, o que seria melhor, caia e seja substituído por gente mais dialogante e respeitadora dos direitos cívicos segundo José Maria Pincel, a ver se Portugal anda para a frente que o abismo já espreita, até que algum desses cenários aconteça não haverá zelota que descanse, nem sniper que se desperdice, havendo carta branca para que as munições sejam usadas até ao excesso. 

Agora é a bomba sobre o ministro da educação que terá favorecido a filha de um colega do executivo na sua entrada em medicina. Escusado será dizer que a provarem-se como verdadeiras, ambas as atitudes são igualmente reprováveis e politicamente merecedoras de castigo máximo. Sem embargo, é preciso ter presente que estamos no domínio das fraquezas humanas. Mas o que estamos a ver é o linchamento sem contraditório; sem curarem de apurar a situação sob todos os pontos de vista envolvidos e dando-se a liberdade de dispensarem as indispensáveis provas documentais, inda há pouco estoirou o engenho e a novidade já anda na boca da rádio e, estou certo, amanhã espalhar-se-á pelos jornais do costume. 


O nosso Presidente, por sua vez, lá continua a fazer o que pode. 
Hoje foi a resposta ao congresso do CDS, no qual se defendeu que o nosso país não pode olvidar a aliança atlântica com os Estados Unidos da América. Douta, a mais alta figura afirmou não haver alternativa à Europa. 
Tem toda a razão, até pelo facto de mal se entender as razões para tal atracção transoceânica. E, na verdade, foi com homens assim que os europeus se defenderam das ameaças à paz que se seguiram à segunda guerra mundial. 


Ferro Rodrigues anda por aí, tratando de se inflamar contra o marasmo da sociedade portuguesa de que o governo, logicamente, é o principal responsável. É claro que não lhe causa incómodo nem embaraço a sua qualidade de sucessor de António Guterres na chefia do Partido Socialista e de ex-ministro de várias pastas nos governos do engenheiro cuja grande realização foi o lançamento do euro dois mil e quatro. 


Mas a coisa deve estar preta; Jorge Coelho parece estar de volta ao activo. 



Ena, a aula de hoje já contemplou o uso do livro de Matemática para que os meninos fizessem exercícios e fichas. 



E a chuva parece querer insistir em que nos alegremos por estar em casa. 

Ainda bem que amanhã é sexta-feira. 
Apetece-me ficar descansado a ver as luzes serpentearem nas águas das poças que o vento enruga. Ao som dos folheados com que as árvores se deixam acarinhar pelo vento. 


Alhos Vedros 
  02/10/2003

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