Contra a Pena de Morte,
contra o Imperialismo económico-ideológico-religioso e pela Técnica ao Serviço
de um Progresso humano
O papa falou
ao congresso dos USA em Nova York, no dia 24 de setembro de 2015, tendo sido
aplaudido 37 vezes.
Recorda os deveres dos representantes do povo: “fazer que este país cresça como
nação…sois o rosto do seu povo… a defender e custodiar a dignidade dos
concidadãos… vós estais convidados a proteger, através da lei, a imagem e
semelhança plasmada por Deus em cada rosto.”
Situação no mundo: “o mundo é, cada vez mais, um lugar de conflitos violentos, de ódio
nocivo, de sangrenta atrocidade, cometida até em nome de Deus e da religião….
Combater a violência perpetrada sob o nome de uma religião, uma ideologia, ou
de um sistema económico e, ao mesmo tempo, proteger a liberdade das religiões,
das ideias, das pessoas, requere um delicado equilíbrio onde temos que
trabalhar….”
Contra o pensar simplista e generalizador: “o reducionismo simplista que divide
a realidade em bons e maus; permitam-me usar a expressão: em justos e
pecadores.”
Imitar o bem: “Copiar o ódio e a violência do tirano e do assassino é o melhor modo
de ocupar o seu lugar”.
O papa fala dos Estados Unidos como “a terra dos sonhos”: Sonhos que mobilizam à acção, à
participação, ao compromisso… “
Regra de Ouro: “Mas é difícil julgar o passado com os critérios do presente.
Recordemos a regra de ouro: «Façam com os outros como querem que os outros
façam convosco” (Mt 7,12).
O papa solicita a abolição da pena de morte e argumenta: “uma pena justa e necessária nunca
deve excluir a dimensão da esperança e o objetivo da reabilitação…”
Francisco I apresenta os temas do bem-comum e da defesa da Terra que
é “a nossa casa comum”. Neste sentido acha também como necessário “pôr a técnica ao «serviço de outro
tipo de progresso mais são, mais humano, mais social, mais integral» … Um bom
político é aquele que, tendo em mente os interesses de todos, toma o momento
com um espírito aberto e pragmático. Um bom político opta sempre por criar
processos mais que por ocupar espaços (cf. Evangelii gaudium, 222-223) ….
Refere o exemplo de quatro representantes do povo americano
como símbolos de valores da nação: “Três filhos e uma filha desta terra, quatro pessoas,
quatro sonhos: Abraham Lincoln, a liberdade; Martin Luther King, uma liberdade
que se vive na pluralidade e não na exclusão; Dorothy Day, a justiça social e
os direitos das pessoas; e Thomas Merton, a capacidade de diálogo e a abertura
a Deus….
Fala da família ameaçada nos seus fundamentos, da “família que está ameaçada, mais
que nunca, a partir do interior e do exterior”.
O papa Francisco terminou o discurso dizendo: “Uma Nação é considerada grande
quando defende a liberdade, como fez Abraham Lincoln; quando gera uma cultura
que permita às suas pessoas «sonhar» em plenitude dos direitos para seus irmãos
e irmãs, como tentou fazer Martin Luther King; quando luta pela justiça e pela
causa dos oprimidos, como fez Dorothy Day no seu incessante trabalho; sendo
fruto de uma fé que se torna diálogo e planta paz, no estilo contemplativo de
Merton…. Que Deus bendiga a América.”
António
da Cunha Duarte Justo
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