por António Alfacinha
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A tristeza, talvez alguma paixão perdida, ou estado de alma passageiro.
Enquanto aguardava no balcão os pedidos dos clientes, olhava-a e apreciava aquelas pernas cruzadas, talvez como a sua vida.
Enquanto aguardava no balcão os pedidos dos clientes, olhava-a e apreciava aquelas pernas cruzadas, talvez como a sua vida.
Saía sempre sem o chamar para pagar, e lá estavam as moedas, um euro e meio, como era habitual.
Deixou de aparecer, estranhou-lhe a ausência, talvez umas férias ou uma pequena doença.
Sentia falta daquela Azeitona, que nunca falava. Lentamente o tempo ia passando e apagando a sua imagem.
Deixou de aparecer, estranhou-lhe a ausência, talvez umas férias ou uma pequena doença.
Sentia falta daquela Azeitona, que nunca falava. Lentamente o tempo ia passando e apagando a sua imagem.
Um dia, um comentário de uma cliente chamando a atenção para uma fotografia que vinha no jornal, como sendo de alguém conhecido, foi espreitar e reconheceu-a,era ela, a sua azeitoninha. Por cima da foto, um título que talvez não fosse de todo surpresa. Tinha resolvido “ partir “ de sua livre vontade. Angustiado olhou, olhou para a mesa onde ela costumava sentar-se e estava ocupada com uma jovem de acabara de entrar, que olhando para ele fez-lhe sinal que se aproximasse para ser atendida. Pediu-lhe então uma bica e um queque. Achou estranho a coincidência do pedido, e olhou para o título do livro que a jovem tinha colocado em cima da mesa, “ Azeitonas, somos muitas “.
1 comentário:
Dizem que, a verdade é como o azeite... são precisas sempre muitas azeitonas. Abç.
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