Pétalas Efémeras, Autor António Tapadinhas, 1997 Óleo sobre Platex |
Germino tanta vez no sono
como a árvore germina sob o solo as raízes,
e nos ramos os gomos que rebentarão em flor
e nos ramos os gomos que rebentarão em flor
Germina a noite sob o sono
que não durmo
em vigília constante
em vigília constante
A chuva densa dança sobre os rios
que crescem
e germinam em rápidos apressados
na ânsia de fazer sal e sol,
ao desaguar no sono revoltado
dos meus oceanos
que crescem
e germinam em rápidos apressados
na ânsia de fazer sal e sol,
ao desaguar no sono revoltado
dos meus oceanos
E escrevo com a força do
fogo e da água
Nas cachoeiras distantes
ergo o poema na substância das pedras
Nas cachoeiras distantes
ergo o poema na substância das pedras
Cimento a palavra no
caminho prestes a fazer
No cansaço do dia
quando o fogo acende a noite
nos sulcos deixados pelas lágrimas ao anoitecer,
o sol espera o sal do saber
plantado em sementeira estranha
quando o fogo acende a noite
nos sulcos deixados pelas lágrimas ao anoitecer,
o sol espera o sal do saber
plantado em sementeira estranha
A lavra rasga o peito na
embriaguez da noite
e os barcos imóveis
anunciam nas asas dos pássaros
o fim da primavera efémera
e os barcos imóveis
anunciam nas asas dos pássaros
o fim da primavera efémera
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Alvaro Giesta in Um Arbusto no Olhar
Alvaro Giesta in Um Arbusto no Olhar
Selecção de António Tappadinhas
1 comentário:
Belo, belo conjunto.
Abraço aos dois.
Manuel João Croca
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