MIRADOURO 31 / 2015
esta rubrica não respeita as normas do acordo ortográfico
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Terminaram
mais umas vindimas familiares. Depois
da uva branca a tinta. As
talhas da adega Afonso Croca quase lotaram e os mostos fermentam vigorosamente.
O ciclo só se completará quando, depois de terminado o processo de fermentação,
se depurarem os vinhos e recolherem as balsas para fazer a aguardente.
Os
indicadores apontam para vinhos na ordem dos catorze graus.
À
imagem dos anos anteriores perspectiva-se uma boa pinga que havemos de degustar.
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No
plano mais geral e a nível nacional, aproximam-se mais umas eleições.
Mais
uma vez – as sondagens não enganam – perspectiva-se a concretização da
alternância entre os três partidos a quem maiores responsabilidades cabem pelo
estado a que o país chegou. Vive-se mal, olhando o futuro não se encontram bons
augúrios mas, ainda assim, os partidos que se constituem em oposição não se
conseguem entender (nem sequer disso fazem propósito) e unir-se na definição de
um conjunto de medidas – tipo programa geral de um futuro governo – que permita
apresentarem-se como alternativa efectiva à gestão da causa nacional e comum.
No
plano externo, a questão dos refugiados a todos envergonha e dilacera.
Em
lugar de se criarem infra-estruturas que, no imediato, permitissem o seu
acolhimento com um mínimo de condições e de dignidade enquanto não se encontram
soluções mais duradouras, retalha-se a Europa construindo muros de vergonha e
reprime-se quem procura uma possibilidade de sobrevivência.
É
caso para perguntar: afinal de contas para que serve a política?
***
Tarda
em ouvir-se o som da "flauta a tocar numa terra distante" mas que
precisamos aproximar.
Som cristalino e fluente, melodia sem fronteiras,
interpretada em dialecto universal.
Falta o relâmpago que fenda o espaço e que no
fulgor do seu clarão tudo revele em seu redor para que - em simbiose perfeita
entre mente, alma e acção - se possam redigir os mandamentos para a unidade
profunda e se tracem os caminhos que conduzem à Paz, ao Amor e à Felicidade.
Manuel João Croca
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