domingo, 20 de setembro de 2015

 
MIRADOURO 31 / 2015
esta rubrica não respeita as normas do acordo ortográfico
 
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Terminaram mais umas vindimas familiares. Depois da uva branca a tinta. As talhas da adega Afonso Croca quase lotaram e os mostos fermentam vigorosamente. O ciclo só se completará quando, depois de terminado o processo de fermentação, se depurarem os vinhos e recolherem as balsas para fazer a aguardente.
Os indicadores apontam para vinhos na ordem dos catorze graus.
À imagem dos anos anteriores perspectiva-se uma boa pinga que havemos de degustar.
 
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No plano mais geral e a nível nacional, aproximam-se mais umas eleições.
Mais uma vez – as sondagens não enganam – perspectiva-se a concretização da alternância entre os três partidos a quem maiores responsabilidades cabem pelo estado a que o país chegou. Vive-se mal, olhando o futuro não se encontram bons augúrios mas, ainda assim, os partidos que se constituem em oposição não se conseguem entender (nem sequer disso fazem propósito) e unir-se na definição de um conjunto de medidas – tipo programa geral de um futuro governo – que permita apresentarem-se como alternativa efectiva à gestão da causa nacional e comum.
 
No plano externo, a questão dos refugiados a todos envergonha e dilacera.
Em lugar de se criarem infra-estruturas que, no imediato, permitissem o seu acolhimento com um mínimo de condições e de dignidade enquanto não se encontram soluções mais duradouras, retalha-se a Europa construindo muros de vergonha e reprime-se quem procura uma possibilidade de sobrevivência.
É caso para perguntar: afinal de contas para que serve a política?
 
 
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Tarda em ouvir-se o som da "flauta a tocar numa terra distante" mas que precisamos aproximar.
Som cristalino e fluente, melodia sem fronteiras, interpretada em dialecto universal.
Falta o relâmpago que fenda o espaço e que no fulgor do seu clarão tudo revele em seu redor para que - em simbiose perfeita entre mente, alma e acção - se possam redigir os mandamentos para a unidade profunda e se tracem os caminhos que conduzem à Paz, ao Amor e à Felicidade.
 
 
Manuel João Croca
 


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