por Francisco Gomes Amorim
( http://www.fgamorim.blogspot.pt/ )
Nasceu há mais de 2.500 anos. Foi Grande Mestre, teve inúmeros seguidores que o veneravam e obedeciam, e cuidadosamente transmitiram seus ensinamentos, quase considerado um santo, foi perseguido, escreverem-se livros atacando o seu pensamento, dois mil anos mais tarde renegado, um “quase inimigo” do povo, novamente reabilitado, enfim um Grande Mestre cuja filosofia de vida até hoje se discute, mas a quem jamais se pode chamar de fraco ou “inimigo” a não ser da mentira.
Renegado e amaldiçoado pelos que não conseguem ou querem ser “homens”!
A base dos seus ensinamentos estava alicerçada no “homem de bem”, na “humanidade” que em chinês se expressa por ren.
Curioso, eu, como tudo que envolve a escrita chinesa, é um ideograma que transmite a ideia de ren, composto de dois elementos: homem ou pessoa 人 e três 三 , 任.
Não significa uma ideia abstrata, mas o bem que um homem pode fazer a quem está à sua volta. Virtude de humanidade tão rara que Confúcio chega a pensar que ninguém é digno de tal classificação, exceto em lendas.
E disto tira algumas lições: “O que queres que te façam, não faças aos outros”, o mesmo princípio do Antigo Testamento. Em outras das suas abordagens: “Praticar o ren é começar por si mesmo: querer elevar os outros tanto quanto queremos nos elevar a nós próprios, e desejar o seu êxito, quanto desejamos o nosso. Acolhe em ti o que podes fazer pelos outros, eis o que te porá no caminho do ren!” Ou ainda quando lhe perguntaram o que era o ren ele responde secamente: “É amar os homens!”
Nas virtudes de ren entram igualmente duas virtudes de honestidade, zhong : composta de coração, 心, e de meio 中,que são a lealdade para consigo próprio e em particular pelo seu soberano; e xin, composto de homem 人 e palavra ; a fidelidade à palavra dada, que torna um homem digno de confiança. A antiga garantia da palavra que era dada por um fio da barba.
Mas não se fica por aí. O homem de bem deve possuir duas qualidades sem as quais não poderá assumir responsabilidades políticas: discernimento zhi, e coragem , yong. Sem discernimento ele não pode tomar decisões judiciosas, nem sondar o caráter dos homens para escolher os seus auxiliares. Quanto à coragem, uma arma de dois gumes que ainda que necessária, deve ser temperada com outras virtudes.
Muitas mais citações, ou lições, ou conselhos do Grande Mestre poderiam continuar neste pequeno texto. Mas tudo isto vem a propósito dos gravíssimos momentos que estamos a atravessar, com particular incidência sobre a autêntica “esculhambação” política que o Brasil está a exibir perante si próprio e o mundo.
Pior é que está a destruir o pouco de orgulho que muitos brasileiros ainda tinham, e alguns têm, pelo seu país, pela bandeira verde/amarela, envergonhando-os face aos acontecimentos dos últimos tempos.
Finalmente a justiça brasileira sai da covardia e do buraco em viveu tanto tempo escondida e amedrontada, e assume a sua postura de independência, com alguns juízes e promotores a fazerem o seu trabalho sem se preocuparem com quem está no banco dos réus. Regressa o orgulho de ser brasileiro.
Isso é o que está a animar o povo: FINALMENTE, os “colarinhos brancos”, os corruptos e corruptores vão acabar na cadeia, sejam eles quem forem.
Os bandidos – lula, sovietes, baderneiros e comprados – como foi na ocasião noticiado, ameaçaram até com guerra. Mas o Comando Militar fez um sóbrio e claro aviso: “Os Serviços de Inteligência Militar, mesmo depois que acabou a ditadura, nunca foram desmontados, e continuam a funcionar perfeitamente. As Forças Armadas não vão interferir nos processos políticos. A sua missão, além da defesa do país contra eventuais inimigos é garantir a Constituição, e se necessário, a ordem interna. Se uma ou outra estiverem ameaçadas... nós continuamos de prontidão.”
Foi claro o recado! Os famosos 250.000 homens que o soviete que preside o MST diz que pode pôr armados em pé de guerra em 24 horas, se o “cara” se armar em che guevarinha, vai apanhar na cabeça, ou, o que é mais provável, fugir, rapidinho, talvez para Pyongyang junto do king kong III e seu cabelinho de ***. Cuba começa a entrar em nova fase!
Imaginemos o que seria se fossem dizer ao Mestre Confúcio aquilo que se passa no Brasil, em Portugal, Espanha, Síria, Iraque, Estados Unidos, etc. A única coisa que ele poderia dizer seria, ao comentar o que lhe contassem, que não fossem mentirosos!
Tais desgovernos não são coisa de homens, jamais de homens de bem. Diria a esses mensageiros:
“Ver e ouvir os maus é já um começar de maldades.
Uma grande pobreza de ações encontra-se muitas vezes na opulência das palavras.
Os homens sem virtude somente encontram nas riquezas meios para satisfazer seus vícios.”
Perguntaram-lhe: “Mestre! O que é um homem de bem? Responde: “É aquele que não aconselha o que se deve fazer enquanto não fez aquilo que prega.”
Em muitos milhares de anos tantos Mestres nos mostraram o Caminho, o certo, e o homem, besta-fera, teima em seguir os caminhos errados.
“O homem de bem acarinha a virtude, o homem medíocre os bens materiais. O homem de bem tem em si o sentido da lei, o homem medíocre só pensa em privilégios. ”
Quanta gente, em altos postos, se encaixa na mediocridade?
Quando o Sol começar a arrefecer... daqui a mais uns bilhões de anos, pode ser que melhore!
Entretanto o valor do homem Confúcio... é imortal.
19/02/2016