Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também virado à participação local, lembra a fundação do "Estudo Geral" em Portugal, lá longe no ido século XIII, por D. Dinis, "o plantador das naus a haver", como lhe chama Fernando Pessoa em "Mensagem". Coordenação de Edição: Luís Santos.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
"Avant-garde" no Estudo Geral
ao Leonel Limão
“The adjective form is used in English, to refer to people or works that are experimental or innovative, particularly with respect to art, culture, and politics.” (Wikipedia)
“Um dos mistérios do nosso tempo é o que chamamos de arte moderna. Uma das maiores fascinações, a ideia de vanguarda”.
(…)
“Certa vez, tive uma conversa fascinante sobre a canção Tropicália, num castelo medieval em Sesimbra, com Roberto Pinho e um senhor português que era tido como alquimista. O ponto de ligação entre eles era o Professor Agostinho da Silva (…) De modo que, em Sesimbra, comecei a ver a Tropicália – e a pensar o tropicalismo – também à luz do sebastianismo, ou melhor, da minha versão do sebastianismo, que consistia em adivinhações do que fosse o sebastianismo deles. Eu, no entanto, sempre fui muito cético”
Caetano Veloso
(in, RISÉRIO, António – avant-garde na bahia. São Paulo: Instituto lina bo e p.m. bardi, 1995)
“Avant-garde”
Como qualquer grupo de jovens
Um bando de jovens à procura de brincadeiras,
Deram-lhes uma vida e eles queriam viver,
Prometeram-lhes liberdade e eles tornaram-se livres
O ceptro do centro da mesa era o Amor
De dentro do meio do lodo brotava uma flor
Sempre a música acompanha os jovens
Numa festa permanente brindava-se à amizade
Voavam os pensamentos à procura de luz
Dançavam os corpos até entrarem em transe
Transavam os olhos em busca de beijos
Solidários em grupo carpiam as mágoas
Semearam as letras em bancos de jardim
Espalharam profissões deitados na relva
Passavam de mão em mão o Cachimbo da Paz
E em Paz cresceram e fizeram o mundo
Muito cantavam e as músicas nasceram
Mais os poemas que depois se escreveram
Tantas as mãos que guitarras tocavam
Brindavam os copos com o lume da casa
E depois partiram para rumos distantes
E o que era um lugar em grupo fechado
Foi sendo por todo o sítio anunciado.
Luis Santos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Retenho as palavras de Caetano Veloso e do sebastianismo, ou melhor, do que ele pensava da adivinhação que fazia do sebastianismo. Mesmo entre nós, cada um tem a sua versão...
E a palavra chegou mesmo a todo o lado...
Tão simples é, que só não a entende quem não quer...
Pois, canté... a versão sebastianista tem de ser pessoal, porque só assim é simultaneamente de todos. De acordo, tão simples... por ser simultaneamente tão complexo. E, já agora, como diz o músico ministro, Aquele Abraço.
Enviar um comentário