segunda-feira, 26 de abril de 2010

Nossa Língua Portuguesa...!

Introdução à conferência “A Língua Portuguesa como
factor de integração e formação da Nação Lusíada ”,
proferida na XXII Convenção Internacional de ELOS, 1999.


É sumamente prazeroso discorrer sobre uma língua falada por cerca de duzentos milhões de pessoas em todo o mundo. Língua nascida no velho Lácio e cultivada, trabalhada, burilada e defendida ― ao longo dos séculos ― por luminares da cultura lusíada como Camões, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Padre Antônio Vieira, Machado de Assis, Olavo Bilac, Castro Alves, Fernando Pessoa e o Nobel José Saramago, entre tantíssimos outros.

Assim, atendendo ao honroso convite do (então) Presidente de Elos Internacional Máximo Donoso, preparei um singelo texto sobre NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA, como falada nos dias actuais. Mas, como no global world, assim como neste nosso happening, “time is money”, redigi apenas um short speech.

A propósito, pouco antes deste morning meeting ― logo após o breakfast ― fui abordado por um repórter, logo ali entre o hall e o living. Veio pedir meu script para inseri-lo em seu house organ. Na realidade, trata-se de interessante newsletter, cujo mailing list é tremendamente “in”, incluindo shopping centers, head offices, commercial boards e business points.
Respondi-lhe que tudo estava no press release, distribuído por e-mail, e disponível no site da internet. Como ele comanda um talk show, insistiu em obter uma interview ou, ao menos, uns flashes.
Disse-lhe “OK”, eu o atenderia junto ao staff da mass media, no coffee-break ou durante a happy hour. Chamei então o boy e pedi-lhe que avisasse o public relations e o barman de que usaríamos a sala Vip, ao lado do night club, perto do play ground. O ambiente deveria ser light, com appetizers, sandwiches, soft drinks e scotch ― tudo self service ― aproveitando tanto o layout como o merchandising do show room, com música de DJ , jazz band e um big crooner.
Quanto ao meu paper, como não tem copyright, pode ser reproduzido ― sem royalties ― por fax, por xerox ou pela media...

“At last but not at least”, admito que este starting point, este beginning, pode soar algo forçado e snob, merecendo até figurar no Guiness Book por seu record de English words. Retrata, porém, com soft jockes, no american style, nossa permissividade diante da contínua e avassaladora invasão de termos alheios às nossas raízes, estranhos à nossa tradição e avessos à nossa cultura latino-lusíada. Não se trata de xenofobia cega: não como negar a existência de vocábulos estrangeiros ― principalmente em áreas técnicas ― absolutamente indispensáveis e intraduzíveis.

Ao uso destes, somente, deveríamos nos restringir.

Não seria o caso de se adoptar o mesmo princípio do intercâmbio comercial, em que leis específicas protegem o produto nacional contra a importação de similar estrangeiro?

Haveria, assim, a convivência harmónica e salutar entre os termos alienígenas e os vernaculares. Que diremos, pois, em conclusão:
― Adeus aos estrangeirismos supérfluos?
ou
― Bye bye à Língua Portuguesa castiça?

João Baptista de Oliveira
Consultor Empresarial e Educacional, Advogado, Jornalista e Escritor
Governador 1997-99 do D2 de Elos Internacional
www.jboliveira.com.br
26/4/2010
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br

Nota do editor: Editamos este textinho de fina ironia também porque "I got a feeling"... que anda por aí alguém de muita responsabilidade com um sentido de modernidade muito duvidoso.

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