De onde vem este cântico?
Que me embala o sono, suavemente
Será a voz de Deus ou o sussurro da fonte?
Mistério em movimento, linguagem do Céu
Estou só, em abandono penitente
Ausente por amor à raça
Perene no susto, suspenso no canto
Antepassados a surgirem no nevoeiro
Ergo o padrão do silêncio
Em pedra fria e musgosa
As ervas crescem na solidão
O mistério vagueia algures pelo Céu
Distingo-lhe a sombra possante
De onde vem este cântico?
in, A contemplar a Prímula (inédito)
João Raposo Nunes
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