sexta-feira, 16 de abril de 2010

Limpeza de Primavera


Paula Soveral

A Primavera é a época ideal para limpezas e desintoxicações.

Quando se fala em limpeza de Primavera, vem-nos logo à ideia fazer limpezas grandes na casa, dar volta aos armários e livrarmo-nos do excesso acumulado durante o Inverno. Damos sacos de roupa para as igrejas ou outras instituições, deitamos fora coisas em mau estado e sem utilidade, reciclamos, partilhamos roupas e utensílios com quem mais necessita, arrumamos as roupas de Inverno e pomos mais à mão as roupas de Verão, e até as mantas e édredons vêem os seus dias de “serviço e conforto” contados para serem lavados, arejados e arrumados até à próxima estação fria. Ficamos com a casa e com os armários mais livres e limpos, cheirando bem, cheirando a Primavera!

Também sabemos que a Primavera é a estação ideal para proceder a desintoxicações e libertar o corpo dos excessos do Inverno que puxa a alimentos mais quentes, gordurosos, aos doces e compotas, etc… Normalmente o Fígado fica sobrecarregado e chegando a estação que lhe corresponde, há uma tendência natural para rejeitar alimentos gordos e nos apetecer frutos frescos, sumos naturais, saladas (já que a alface é um legume próprio da Primavera) e, no geral, refeições mais ligeiras.

Do mesmo modo, devemos aproveitar esta estação para proceder a uma limpeza global. Não nos limitemos à limpeza material da casa e armários, à limpeza corporal eliminando resíduos tóxicos do organismo e aproveitemos a onda primaveril para reflectir em nós. Para nos centrar, meditar e olhar para dentro.

Façamos um tempo de paragem e observemos: (1) como está o nosso físico (que é sempre um reflexo do nosso estado psicológico), (2) como está o emocional e (3) como está o mental? Sem pressas, com muita gentileza e sem culpabilizações, observemos apenas como estão os nossos padrões emocionais e mentais. Ao que é que estamos apegados? Ao que é que resistimos? Do que temos medo? O que nos está a ser exigido do exterior e nos incomoda? Porque nos incomoda? Porque a mudança nos assusta?

Analisando os diversos padrões pelos quais nos movemos, deparamos muitas vezes com crenças rígidas e obsoletas que em nada nos beneficiam. A inflexibilidade traz doença. Sendo a Primavera uma estação de energia ascendente que apela à mudança, à flexibilidade, ao novo, tenhamos a coragem de nos renovar, nos libertar dos padrões “enquistados” e fazer uma limpeza energética e psicológica que em muito nos irá beneficiar. Atrevermo-nos a ser novos e renascidos, seguindo o apelo da Primavera e da Páscoa, pode ser uma aventura enriquecedora e deliciosamente fascinante. Tenhamos a coragem de abrir as janelas da nossa mente para deixar sair as teias de aranha e entrar o ar fresco primaveril que tem o poder de nos renovar. Deixemos lamentações e medos de lado e optemos por frases apelativas e positivas. Digamos a nós próprios todos os dias que nos amamos, que somos gratos por tudo quanto existe e deixemos que a energia de um coração vibrante tome conta de nós!

Lisboa, 15/abril/2010

Paula Soveral
tlm: 93.6423440
www.paulasoveral.net

2 comentários:

A.Tapadinhas disse...

Todos os pretextos são bons para tomar as atitudes que recomenda: por ser Primavera (renovação), por ser fim de ano (novos projectos) e, para não ser muito exaustivo, porque "me apetece", que é uma razão mais forte e melhor que qualquer outra, porque depende só de nós!

Por isso eu amo cada minuto da Primavera e amarei mais ainda, cada segundo da estação que se aproxima, e da outra, e da outra...

Um balaio de flores para si!
António

luis santos disse...

Seguimos o conselho. Fomos agora mesmo visitar a Primavera, até à beirinha do rio. Há por aqui um amplo espaço dominado pela natureza que nos permite resguardar do ruído urbano. Cumprimentámos uma papoila e parabenizámo-la pelo intenso vermelho quase veludo das suas pétalas. Inspirámos fortemente aquele ar ali mais à beira rio e os pulmões agradeceram. O oxigénio subiu-nos ao cérebro que nos trouxe ideias limpas e novas. Muitas flores, muitas cores. Verdes, vermelhos, amarelos, lilases, a Primavera em festa, a beleza da vida.O gado bravo que desconfiado nos mirava, sem que nós deixássemos de os mirar. Milhares de aves que vivem no estuário, as gaivotas, as gaivinas, os borrelhos. O vento que meigamente forte ia arrepiando as costas do rio.

E nós, renovados e agradecidos, pensámos em ti e enviámos uma suave benção feita de pétalas em tal balaio.