A Lusofonia acontece quando nos relacionamos com o "outro",embora as culturas diversas. Mas o que nos leva à aproximação e aos intercâmbios, são as afinidades, os afetos, a solidariedade e sabermos respeitar a Interculturalidade .
Lembrando que a etnia cigana também faz parte da lusofonia, passo o resumo de tese de mestrado sobre uma comunidade cigana que revela o processo de mudanças culturais nas famílias/comunidades ciganas, que se vem desenvolvendo e consolidando, de forma progressiva há, aproximadamente, dois séculos. Ou seja, os ciganos passados duzentos anos evoluiram e mudaram de costumes.
Segundo o resumo da tese, de Carlos Jorge dos Santos Sousa, "António Maia: percursos de uma História de Vida", as respostas à pergunta inicial da investigação foram obtidas através da triangulação de diferentes fontes de informação que permitiram conhecer a família e os afectos, que no seu íntimo circulavam, a sua participação na 1ª G.G., a Liga dos Combatentes, as actividades políticas, a saúde, a mediação, a sua religiosidade, os interditos, as relações extraconjugais, o jazigo de família, as sua relações com os ciganos e os não ciganos que lhe possibilitaram novas demandas; permitiu, ainda, conhecer um conjunto de referentes culturais que circulam no interior da sua família/comunidade/etnia. Foram consultadas fontes primárias em organismos oficiais, bibliotecas e arquivos e instrumentalizados meios informáticos para análise de dados qualitativos – o programa NUD.IST -, que possibilitou navegar no conteúdo da base de dados de seis entrevistas realizadas. As notícias que circulavam nos órgãos de comunicação social da época atribuíam a António Maia as seguintes denominações: “o Fharaono”; o “Pai Espiritual”, o “Rei dos Ciganos”. O estudo permitiu: conhecer a trajectória de vida do sujeito, da sua família/comunidade; construir novos conceitos e (re)conceptualizar algumas teorias acera da família/comunidade/etnia cigana; construir hipóteses de trabalho que facultem uma maior aproximação entre diferentes sistemas de crenças, representações e culturas. É inovador porque faz emergir referentes culturais apoiados em alguns elementos simbólicos próprios das famílias/comunidades ciganas insuficientemente investigados ou, mesmo, jamais investigados. Demonstra que o processo de mudanças culturais nas famílias/comunidades ciganas se vem desenvolvendo e consolidando, de forma progressiva há, aproximadamente, dois séculos.
São ideias que nos ajudam a desenvolver os elos com o "outro". Todos somos "diferentes entre os iguais, igual entre os diferentes"
Fonte consultada:
http://cajos.no.sapo.pt/nova_pagina_10.htm
http://cajos.no.sapo.pt/resumos.htm
Saudações,
Margarida
http://br.groups.yahoo.com/group/dialogos_lusofonos/
1 comentário:
De facto, uma maior compreensão de matérias como diversidade cultural e interculturalidade são fundamentais para melhor sabermos coexistir entre diferentes. O respeito pelo outro é um princípio absolutamennte incontornável num mundo cada vez mais globalizado. Também assim, mais facilmente afastaremos comportamentos etnocêntricos que, de alguma forma, têm sido responsáveis pelas páginas mais negras da história da humanidade. O extermínio dos índios, o nazismo e as políticas racistas de "apartheid", são disso alguns tristes exemplos.
Saudações,
Luis Santos
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