Comam-me a lingua os lobos
Sejam eles marinhos ou bravos
Veja eu as coisas por uma lupa
Vejam-me eles a mim por uma luneta...
Comungo a inveja do sentir
Minto com pernas curtas e coxas
Pulo a cerca sem pejo ou temor
Tremo que nem vara verde invejada...
Quero comer com todos o pão
Levar para mesa o desejo de ser
Sem sentimentos que me levem a cegar
Com as vistas turvas pela fome negra...
Trepo pelas paredes acima desgarradamente
Nem unhas tenho para tanto e tão pouco
Oiço que o sino da miragem toca sem parar
Paro para escutar o som do uivo trazido pelo vento...
Lavo a cara e as mãos nas águas da inocência
Corre-se-me face abaixo a tristeza perdida
Vou-me tambem corrego abaixo levado
Desfaço mágoas no liquefeito reflexo ido para sempre...
Escrito em Luanda, Angola, a 3 de Setembro 2010, por manuel de sousa, em Homenagem aos Irmãos de todo o Mundo, sejam-no somente de carne ou aspecto fisico, sejam-no na Alma...
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