domingo, 14 de dezembro de 2014



MIRADOURO 47 / 21014
 
 
CAMINHO
 
e
 
CHÃO
 
Na noite fria, densa faz-se a viagem.
Física.
A estrada fende o montado que se materializa na sombra escura das árvores.
A mente viaja também mas autonomiza-se por outros caminhos.
Os pensamentos são como estradas que ora convergem, ora divergem.
Andam há solta, não admitem condução.
Respeitam, quando muito, o pulsar da máquina que vibra no peito.
É dali que vem a força e tudo o resto mas, isto é como tudo…
Identifica-se o não querer e também o querer bem, são cartas do mesmo baralho da vida.
Uma certeza se afirma, a dimensão da ternura é indestrutível porque inolvidável.
Não, não são pétalas de malmequer, são penas de mim e de ti, também.
 
Manuel João Croca
Cabeção, 13 Dezembro, sábado
 
 
Foto: Joana Croca

2 comentários:

Unknown disse...


Bom Dia, Manuel João!

Parabéns por este 'pulsar de vida'! Parabéns também à artista da fotografia! Texto e foto interagem com uma expressividade contagiante!

Um abraço.

Francisco

estudo geral disse...

Amigo Francisco viva, boa tarde.

Fico contente por teres também sentido a vibração.
São ecos assim que nos ajudam a ir desvalorizando os "não querer" já que os "bem querer" são muito mais empolgantes e dulcificadores.
Acredito que é caminho que nos permite ir ao encontro da criança que cada traz consigo.
Quando lá chegarmos (e havemos de chegar) vamos fartar-nos de brincar.
Obrigado pelo teu comentário e um abraço.

Manuel João