segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

REAL... IRREAL... SURREAL... (110)

Jorge A. G. Lemos
Fotografia de Luiz Moretti
PREPARANDO-OS PARA MAIS UM LANÇAMENTO 
Conheci o Zé Mutinga. Cabra valente, tinhoso, matreiro, hábil contador de causos cujos detalhes das narrativas colocavam Machado de Assis no porão dos detalhistas. Ganhei histórias e fatos que muito contribuíram para enriquecer meus trabalhos. Devo muito ao Mutinga. Gostaria, se vivo ele fosse, de o levar ao Rolando para um papo a três. Lá no interior da Minas Gerais a fama e as lendas sobre Zé Mutinga eram lembradas até a década dos 40. Saibam que a língua do povo chega, as vezes, ser maldizente. Diziam até que Mutinga praticava reza brava e que tinha parte com o Capiroto. Sei não! Acho que era exagero pois o Zé tinha, em contrapartida, um coração mole e olhos lacrimejantes especialmente quando via alguém maltratar um animal qualquer. Chegava a ser choroso nestas horas. Praguejava e lançava maldição aquelas que espancavam um cachorro qualquer, até aqueles vadios, sem dono, que se perdiam nas longas estradas lá do sertão.
Zé Mutinga hoje me inspirou a começar a produzir um trabalho exclusivo sobre sua vida. Aquelas, desde a primeira morte que fez "premode" vingança prometida desde quando seu pai foi assassinado junto a porteira da entrada da fazenda, numa emboscada preparada pelo Cel. Sucupira, velho e conhecido tomador de terras, grileiro famoso lá pelas bandas de Mantena.
Aos poucos irei aqui narrando fragmentos deste trabalho que já me ponho.
(Copy-Jorge A.G.Lemos-2014-Dez.Bib.Nac.)

Sem comentários: