quinta-feira, 14 de julho de 2011

d´Arte - Conversas na Galeria XLVI


Carrasqueira - Cais Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 90x100cm

Quando falei sobre a saga dos avieiros, mencionei que os “ciganos do rio”, como lhes chamou Alves Redol, procuraram o seu sustento no Vale do Tejo e no estuário do Sado.
Há uma aldeia ribeirinha em plena Reserva Natural do Estuário do Sado, que conserva algumas construções de madeira, cobertas de caniço – os palheiros.
Nesta aldeia, continua a ser utilizado um cais construído em estacas de madeira (palafitas), que se prolonga por centenas de metros sobre os esteiros lodosos do rio.
Foi um processo iniciado por dois pescadores que criaram um acesso para chegarem aos seus barcos, sem se enterrarem no lodo, aos quais se foram juntando outros, até se chegar ao emaranhado de estacas que tornaram este local um dos mais visitados do concelho.
Os habitantes desta aldeia continuam a ganhar o seu sustento, conforme as épocas do ano, com a agricultura e a pesca.
Não sei se são agricultores-pescadores ou pescadores-agricultores. O que sei é que o peixe é uma delícia e, não resisto, tenho um pequeno segredo para lhes contar…
Gostam de batata-doce? Eu também!
Aquele lugar é o seu paraíso. Tem um nome: Carrasqueira.

3 comentários:

Luís F. de A. Gomes disse...

Gosto de barcos, sempre gostei, ou não tivesse sido criado também em Sesimbra, onde me habituei a vê-los em repouso na baía chã e provavelmente me treinei para em eles descobrir uma alegoria da fragilidade do mundo, como cantou o génio de um Golding na sua trilogia imortal.

E a Carrasqueira tem esse toque do mistério de um símbolo, uma espécie de lugar onde os tempos se misturam como que para destacar a persistência dos homens em resistir ao adverso, da massa daqueles que tanto se encheram da coragem de enfrentar o mar, como da força braçal rendilhar a terra e dela fazer brotar o pão.
E é esse tempo misturado que estas palafitas de barco ancorado nos trazem, sob um céu de horizonte rasgado que, concordo plenamente, é um belíssimo convite para a batata-doce, com ou sem as castanhas que ali até nem são do lugar, mas com moscatel, o melhor moscatel do mundo que é uma forma de celebrar a alegria da vida que um sítio assim, afinal, consagra.

Aquele abraço, companheiro
Luís

A.Tapadinhas disse...

Nunca é demais lembrar aquilo em que somos os melhores do mundo, dado que nos lembram a todo o momento aquilo em que somos piores!

O que me faz pensar que talvez, talvez seja aconselhável deixarmos de vez essa doença bipolar, que nos traz depressão ou euforia, uma e outra, tantas vezes, injustificadas.

Já agora o nosso medicamento, aquilo que precisamos tomar sem restrições, o nosso lítio, o nosso escudo (?) chama-se €uro...

...para o bem e para o mal!

Abraço,
António

Anónimo disse...

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