quinta-feira, 28 de julho de 2011

d´Arte - Conversas na Galeria XLVIII


Quintas do Norte (em construção) Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 40x60cm

A Murtosa é uma Vila do distrito de Aveiro situada numa planície junto ao Oceano Atlântico, cuja origem remonta aos inícios do século XIII. A sua íntima ligação com o Oceano e com a Ria que tem aqui o seu maior espelho de água, justificavam que as suas principais actividades tenham sido a pesca e o moliço, nome dado à apanha de algas que são utilizadas como fertilizante natural. Os barcos moliceiros ainda continuam a ser utilizados na arte Xávega, um tipo de pesca de arrasto em que o barco sai de terra deixando no fundo uma corda ligada a uma rede, que depois é arrastada até á praia, puxada por bois ou tractores, com o peixe que apanha pelo caminho.
Este trecho da paisagem seduziu-me pela elegância das estacas espetadas no fundo lodoso da ria.
É a partir destas pinceladas de cor dadas com a tinta diluída em água, que eu vou salientar com a tinta mais espessa, as cores e texturas, com vista a conseguir o efeito que pretendo: a tranquilidade de um pôr-do-sol.

2 comentários:

luis santos disse...

Imagino que irás interferir, sobretudo, com a parte inferior do quadro... Aguardamos para ver mais.

Por outro lado, a foto permite espreitar para lá do quadro. Quer dizer, para lá da obra, sente-se quem está por detrás, nos modelos em seus nús, nas gatas e outros animais domésticos, amigos e familiares, seu Rafael mandando uns pontapés nas tintas, a caturra cantando o "Ser benfiquista"(considere-se uma relembrança pela vitória de ontem) e, na envolvência de tudo o resto, o artista e o seu espaço em convívio estreito com a Criação. Seria, porventura, interessante que um dia nos mostrasses uma foto do atelier em que vives.

Abs.

A.Tapadinhas disse...

Luis Santos: Vou interferir, vou! Quando pego no pincel nunca se pode prever o que vai acontecer!

Este quadro, colocado como está sobre o cavalete, dá para "espreitar" o fundo do estúdio. Guardo a sugestão! Quem sabe, um dia destes, não farei uma visita guiada...

Abraço,
António