13/11/2011
(fotografia de tiziana & gianni baldizzone, 2006)
vamos ser positivos entre as canadianas cinzentas, e negras
o pé no ar, a sala está quase escura vejo a literatura como
o fim do dia a mão arrancando de uma só vez a pele da parede
tudo se descobre como o sangue dos tijolos, o mel do cimento
quente, a volatilidade do fim do dia, desce quando começa, o princípio
do corpo quando não há outro para fazer arrebatador, na voz única
o corpo debruçado ao topo num primeiro plano há ainda tulipas violetas
espalhadas no pau preto, a dureza da madeira incontornável, superior
ao castanho, o perfil selectivo, ondulação, deslizar como um animal
dou o pé ao meu olhar, a mão limpa na parede, vinho escondido nos trilhos
da janela da manhã em istambul casa erguida voa até aqui no mar
corpototal 57
28/11/2011
(fotografia de marc riboud, "eiffel tower painter", 1953)
escrevo aos que me observam
levanta-te e põe-te de pé
dança aí no meio da mesa
a saia cada vez mais larga
e grande pronta a saltar a
cabeça contra o mar, estende
a mão traz-me a espuma da onda
e nos dedos a certeza que a poesia
está sã, nunca tive segredos azuis
dançamos depois todos no horto
o inverno está a chegar, já não
vaza a saudade, o amor nunca se
escolhe, sei nada, uns calados
para os outros em aparição a lã
José Gil
http://joseamilcarcapinhagil.blogspot.com
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