domingo, 25 de dezembro de 2011

O Largo da Graça


Cidadania

Se banalizarmos a vida, banalizamos o eterno, diz Agostinho da Silva.

Vivemos tempos de neo-liberalismos triunfantes, mas lá virão socialismos de mercado. Iremos continuar a democratizar as democracias.

Generalizadas ideias de competição e de concorrência entre as nações são palavras limitadas que hoje os economistas muito utilizam, porque lhes facilitam as contas...

Enfim, o que é, é. Estamos como estamos.

A torneira roda e lava-se o rosto, o esquentador liga-se e aquece a água, o frigorífico é omni-presentemente frio, a hélice gira e partimos a voar. Milagres da capacidade de pensar. Só a utilização que se dá à indústria militar era dispensável, mas lá chegarão os primos dos rabudos lémures, na justa medida que descobrirem os caminhos do espírito.

Assim, melhoraremos as nossas capacidades de participação social, cooperando em vez de competir, equilibrando mecanismos de troca em vez de concorrer.

De barriguinha cheia aprenderemos melhor a aprender, organizaremos melhor o trabalho (toda a gente sabe que o trabalho dá trabalho de mais, mas pouco se fala nisso, porque ainda não chegou lá a consciência dominante), descobriremos novos e mais interessantes caminhos de cura, abrir-se-ão os caminhos dos anjos.

Na organização política temos de arranjar maneira de instituir o Conselho dos Sábios em vez do Conselho de Estado. Mas o que é um sábio? Será que existem homens sábios capazes de nos ajudar a traçar o caminho?

Se banalizarmos a vida, banalizamos o eterno.


Luís Santos


2 comentários:

estudo geral disse...

Homens sábios existem em todo o lado!

O problema é que não temos tempo para os escutar...

Abraço,
António

luis santos disse...

Boa. Então, em vez de aumentarmos meia hora o trabalho diário deverá aumentar-se antes o tempo livre... para podermos ouvir os sábios. Aí é que era ver os índices económicos (e sociais!) a subir. E lá ficam os nossos ilustres economistas com as contas trocadas. Pois, se as contas certas dão no que dão...

Abraço.