quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os Caminhos do Espírito


“Os óculos são uma prova de que nós não fomos feitos para ler”. (Leonel Limão)

 A manifestação do Espírito em nós é pessoal e interior. Para a sua manifestação é preciso uma libertação de todas as vãs distrações, solicitações, a tudo o que nos prende. É necessária uma disponibilização absoluta.

A experiência com o Espírito é uma experiência de unificação. Deixa de haver separação alguma, por exemplo, entre corpo e alma. A experiência da plenitude é tudo o que o Homem mais deseja.

O Espírito é aquilo que nos abre para o ilimitado, para o absoluto, o infinito, a eternidade.

Sínteses de experiências místicas:
- O real é holístico;
- Tudo é simultâneo, tudo está aí. O espaço e o tempo, medidos, são separações feitas pelo Homem;
- A eternidade, a maravilha é aqui. Tudo está dado. É agora e é sempre agora. A evidência é que estar aqui é estar dentro do coração da totalidade.

As religiões são veículos para que a experiência da plenitude se possa concretizar.
Religião=relicare=religar: Aspiração humana à ligação com o divino.

Os exercícios espirituais têm como objetivo (re)trazer a consciência à não dispersão, ao centro, à perceção dessa realidade Una. A necessidade de recolhimento tende a evitar aquilo que mais nos prende: o prazer (desejo) e o medo. É necessária uma disponibilidade total.

Sentimento de compaixão, o devido sentimento de todos pela felicidade de todos, sem exceção.
Ascese, etimologicamente, exercício contínuo.
Mística, unificação com a divindade (o real absoluto).
O exercício contínuo visa tornar-nos melhores.

Eventualmente, não podemos sempre presenciar a experiência pura, mas temos a ideia de que ela existe.

Religioso ou ateu, em ambos pode haver lugar para a afirmação da alma, ou do espírito. Ambos são caminhos que podem permitir o desenvolvimento espiritual.

Em suma, a beatitude, a salvação, não são só para depois. Podem ser para já. E não é preciso ser religioso, pode ser ateu.

Carlos Rodrigues

Sem comentários: