“Os óculos são uma prova de que nós não fomos feitos para ler”. (Leonel Limão)
A experiência com o Espírito é uma experiência de unificação. Deixa de haver separação alguma, por exemplo, entre corpo e alma. A experiência da plenitude é tudo o que o Homem mais deseja.
O Espírito é aquilo que nos abre para o ilimitado, para o absoluto, o infinito, a eternidade.
Sínteses de experiências místicas:
- O real é holístico;
- Tudo é simultâneo, tudo está aí. O espaço e o tempo, medidos, são separações feitas pelo Homem;
- A eternidade, a maravilha é aqui. Tudo está dado. É agora e é sempre agora. A evidência é que estar aqui é estar dentro do coração da totalidade.
As religiões são veículos para que a experiência da plenitude se possa concretizar.
Religião=relicare=religar: Aspiração humana à ligação com o divino.
Os exercícios espirituais têm como objetivo (re)trazer a consciência à não dispersão, ao centro, à perceção dessa realidade Una. A necessidade de recolhimento tende a evitar aquilo que mais nos prende: o prazer (desejo) e o medo. É necessária uma disponibilidade total.
Sentimento de compaixão, o devido sentimento de todos pela felicidade de todos, sem exceção.
Ascese, etimologicamente, exercício contínuo.
Mística, unificação com a divindade (o real absoluto).
O exercício contínuo visa tornar-nos melhores.
Eventualmente, não podemos sempre presenciar a experiência pura, mas temos a ideia de que ela existe.
Religioso ou ateu, em ambos pode haver lugar para a afirmação da alma, ou do espírito. Ambos são caminhos que podem permitir o desenvolvimento espiritual.
Em suma, a beatitude, a salvação, não são só para depois. Podem ser para já. E não é preciso ser religioso, pode ser ateu.
Carlos Rodrigues
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