Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também virado à participação local, lembra a fundação do "Estudo Geral" em Portugal, lá longe no ido século XIII, por D. Dinis, "o plantador das naus a haver", como lhe chama Fernando Pessoa em "Mensagem". Coordenação de Edição: Luís Santos.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
d´Arte - Conversas na Galeria LXIX
Centro Comercial Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre tela 80x100cm
No momento em que comecei a escrever estas palavras faltavam 3 dias, 15 horas, 02 minutos e 4 segundos, para o Natal! Sei isto, porque tenho no computador um relógio enviado por um amigo, que está a fazer a sua contagem decrescente.
Em Portugal, o comércio em geral irá facturar montantes aproximados ao total dos restantes onze meses do ano.
Todas as novidades aparecem nesta altura e as campanhas publicitárias são tão arrasadoras que não dão tréguas em nenhum sector da nossa sociedade. Esta data, agrava a tendência para fazermos as coisas como autómatos. Alguém anda a programar a nossa vida sem nos dizer nada: vamos para o trabalho à mesma hora, comemos e dormimos ao mesmo tempo. E agora, aquilo que nos interessa, fazemos as compras no mesmo mês do ano, com tendência para ser na mesma semana e, com o passar do tempo, no mesmo dia: o último...
A Teoria da Evolução, de Darwin, afirma que as espécies animais existentes na Terra, sofrem ao longo das gerações, uma modificação gradual que põe em evidência a selecção natural. Na luta pela sobrevivência, os mais bem adaptados são os que deixam mais descendentes.
Um Centro Comercial, no Natal, ou na altura dos saldos, é um espaço cheio de cor, de luzes berrantes, de homens e crianças berrantes, distribuido por diversos pisos, em que as pessoas se atropelam para chegar primeiro, chegar mais alto, lá no cimo da prateleira, onde está aquele brinquedo que ainda ninguém viu, onde está aquela folha verde, jovem, tenrinha e suculenta, a que só a girafa com o seu pescoço imenso poderá chegar...
Da conjugação destes dois conceitos tão diferentes, Centro Comercial e Teoria de Darwin, nasceu esta obra. Espero que gostem dela, porque apesar de tudo,
EU ADORO O NATAL!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
António, estás em grande forma.
Tal como nós, apesar de tudo, também gostamos desses seres esticadinhos, compridos e comprimidos, desse mundo multicolorido tão cheio de luzes, prendas, amor... e de Natal.
Um dia ainda haveremos de ter Natal todos os dias.
Quanto ao Darwin vemo-lo muito bem complementado com a teoria das "novas camadas sobrepostas" (arranjámos agora o nome à pressa). Quer dizer, as espécies adaptam-se ao meio e evoluem, e mesmo que não queiram, como que num toque de mágica, de magistral criação, são obrigadas a evoluir. Com algumas pausas na sinfonia para que a orquestra logo recomece de novo. Pausas que nos filmes de "suspense" são muitas vezes ruídos de passos e de portas a bater, como sabemos.
Porque, apesar de tudo, é Natal.
Feliz Natal, pois claro!
E assim o Natal que deveria ser uma Festa eminentemente espiritual, se transformou num festim comercial. Charles, esse herético, diria assim da aplicação da sua teoria da evolução à(s) quadra(s) natalícia(s) que temos.
No que não está esta tua pintura, em que retomas elementos da Primavera que recentemente expuseste na simpática "Casa do Vinho", na Moita e que eu tive o prazer de desfrutar ao vivo.
E sempre com o pano de fundo da tua linguagem pessoal no modo como tratas as cores.
Aquele abraço, companheiro
Luís
Pois é, Feliz Natal!
A vida a sério começa dentro de momentos...
Abraço,
António
Luís: Há alguma coisa mais espiritual do que o dinheiro?
O Duarte Lima que é artista e pianista e benemérito, não sei bem qual a ordem exacta, deve ter uma opinião muito respeitável sobre o assunto...
Abraço,
António
Enviar um comentário