ENTÃO MAS AFINAL … (II)
(…)
Ouvimos o som da água e das marés – escutamos búzios ao ouvido - aspiramos a maresia e o grito das aves do mar. Escutamos, também, o silêncio e as suas metamorfoses. Ora insuportavelmente ruidoso, agitando-nos, ora o grande silêncio que extasia.
Nessa caminhada, crescemos com o que vamos descobrindo. Cores e sons, paladares, aromas, sentimentos que germinam em sonhos, amores … paixões.No eterno discorrer, procura cada um realizar o que lhe cabe, cumprir o seu destino. Paramos nas muitas encruzilhadas. Paramos e tentamos interpretar, conjugar e harmonizar os ecos, os ruídos e as vozes. As de dentro e as do mundo. A do outro, as dos outros. Escutamos e tentamos perceber o nosso lugar e o passo a seguir, o onde e o quando, o por e o para, o sentido do porquê.
Interrogamo-nos.
Bem, não é só crescer.
Por vezes também minguamos.
Nem tudo são festas e rosas e sons celestiais. Há a dor, as dores. Acontecimentos, situações que ferem. Discórdias, desigualdades, não as de forma que enriquecem, antes as de substância, sociais, que estruturam e determinam o sentido da “ordem”. Injustiças, ódios, e no limite guerras.
Tarda-se, teima-se em reconhecer e aceitar a diferença. Porque há princípios e há valores. Há o SERVIR. Mas há também interesses e imposturas, e os vícios e os viciados. Há o SERVIR-SE.
Surge às vezes a solidão e o medo. Solidão desamparada, medo visceral e instintivo.
Pois, o sono toma o lugar do sonho.
Dúvidas, incertezas, desorientação, algum desalento e,… a busca.
(…)
Fotos: Edgar Cantante; Texto: João C.
2 comentários:
Sim sem dúvida, uma busca constante de algo que nos acrescente, nos preencha e por fim nos complete corpo e alma…
Eu também acho ser esse o sentido: completarmo-nos.
Ao fim e ao cabo nem mais nem menos que exercer o ofício de viver
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