Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também virado à participação local, lembra a fundação do "Estudo Geral" em Portugal, lá longe no ido século XIII, por D. Dinis, "o plantador das naus a haver", como lhe chama Fernando Pessoa em "Mensagem". Coordenação de Edição: Luís Santos.
quinta-feira, 3 de março de 2011
d´Arte - Conversas na Galeria
Águas-furtadas Autor António Tapadinhas
Óeo sobre Tela 120x120cm
As nossas águas-furtadas ou trapeiras, como também são chamadas, sempre me fascinaram. Para ser mais preciso, era a palavra francesa que me atraía, mansardes, assim chamadas por terem sido inventadas pelo arquitecto francês, François Mansart. Na minha imaginação, as mansardas francesas estavam povoadas de escritores e pintores, desconhecidos, procurando o seu reconhecimento artístico.
Recordo-me de um filme que também contribuiu para essa minha fixação: Descalços no Parque (Barefoot in the Park) de Neil Simon, 1967, com Robert Redford e Jane Fonda, que fazem, como seria de esperar, um par maravilhoso, nesta comédia.
Vi o filme no Tivoli com a minha mulher e, tal como eles, estava em lua-de-mel. Para tudo ser igual, quando saí da sala de cinema, descalcei os sapatos, tirei as meias e andei descalço no parque que havia em frente do cinema.
Esta obra foi logo adquirida no primeiro dia da sua exposição. Sei que a fotografia não lhe faz justiça, mas não tenho outra. As partes iluminadas têm uma textura que não se nota, principalmente nas paredes brancas, que perdem muito da sua expressividade.
Quem não perdeu expressividade e beleza foram os protagonistas deste filme… Para ver ou rever, clique aqui.
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5 comentários:
Águas furtadas
mansardas passadas
vistas do rio
das águas do rio
que buscam o mar
para onde vou
agora mesmo, apanhar
o luar.
Ai, flor de lis
boa luz, en-cantos doces
cantigas de amigo
rainha de saudades
cantigas de amor
mágicos abraços.
Três da tarde; olho o olhar da água-furtada, pensativo, ao som do poema do Luís.
Rincões da existência o que também é o querer dizer do dartear.
Os Verões da minha infências têm memórias assim.
Esta pintura deveria estar à disposição do público, da mesma maneira que cada um tem ao dispôr as suas próprias memórias.
Aquele abraço, companheiro
Luís
Luís Santos: A resposta a um poema,só pode ser outro poema...
ou uma pintura.
Abraço,
António
Luís Gomes: Imagina qual será a diferença de olhar de uma mansarda ou para uma mansarda...
Abraço,
António
Gostaria de incluir esta imagem da pintura de António Tapadinhas (nao se encontra disponível na galeria do seu site) neste texto: http://arallto.blogspot.pt/
Com a permissao do pintor e autor do blog.
Um abraço,
Limalimão
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