sábado, 6 de agosto de 2011

A Fundação David Lynch e a responsabilidade moral na intensidade do tempo


A procura da melhor forma para um encontro no terceiro grau com o sucesso está presente nas mais diversas expressões da atualidade social e pessoal… livros de auto-ajuda, cursos de formação, workshops, master classes – estou a lembrar-me, por exemplo, do cineasta David Lynch no Centro de Congressos do Estoril, em 17 de Novembro, no Festival de Cinema de Cascais há cinco anos, a falar de… Meditação Transcendental.

Queremos dias libertos de erros e de más notícias… ir além da qualidade truncada que vai e volta, tipo boomerang; sistemas de engenharia humana e práticas sociais que antecipem perdas de tempo com correções, procuram-se simplesmente.

As boas práticas serão parte do fenómeno de busca da nossa realização pessoal e social dada a sociedade de competição… ou apenas um epifenómeno de algo mais radical, subjacente a uma necessidade interior de retorno a uma determinada grandeza de vida, algures perdida?


Para o investigador neurólogo Fred Travis da MUM dos EUA as redes dos 100 biliões de neurónios do cérebro humano refazem-se 70% em cada 24 horas; Em cada segundo cada neurónio está em rede com 10.000 outros neurónios recebendo e enviando mensagens. Qualquer experiência (mensagem) entre estes altera a qualidade do funcionamento do cérebro.
Por seu turno, a qualidade do funcionamento do cérebro determina a qualidade da mente e vice-versa... As boas práticas emergem de uma mente individual em equilíbrio constante. Daí que todos nós somos mais do que recursos humanos para a produção fordista. Somos seres muito especiais que têm necessidades subjetivas fundamentais desatendidas pelas culturas das sociedades de compulsão consumidora.
Os erros em todas as áreas destas sociedades advêm dos efeitos do stresse pessoal/social que por sua vez tende a obnubilar a mente e a reiterar estados de erro crónico (estrutural) nos indivíduos e nas organizações, países incluídos. Eis uma lição desaprendida quando se tende a aumentar o cansaço e o stresse das populações, (eg.30% dos portugueses são portadores de problemas de saúde mental) - destruindo a economia, a educação e a saúde destas – ou… potenciando a ascensão de novos barbarismos.
Por outro lado, o abster-se de desafiar e desejar neste mundo para não sofrer decepções ou perder-se no labirinto da sua actividade é também um dilema (ansiedade) deveras comum.

De acordo com a 3ª lei da Termodinâmica a libertação de impurezas de um sistema depende de uma sistemática redução na sua atividade. Hoje em dia não é necessário rejeitar os desafios que nos são apresentados, a solução reside paralelamente nessa redução eficiente da atividade de tal ordem que nos permita a recuperação do stresse - anormalidades materiais e/ou estruturais bioquímicas, como as toxinas no organismo associadas a uma relação de tensão predominante com o ambiente (a título de exemplo - se injectarmos uma pessoa de lactato sanguíneo a mesma revelará sintomatologia depressiva.)

Na esteira de David Lynch o que acontece a partir da primeira experiência  de Meditação Transcendental é que o estado de repouso atingido pela mente e pela fisiologia é de cerca do dobro… ao fim de 4 a 5 horas de sono sem recurso a quimioterapias. Tal é mensurável através do consumo de oxigénio decair para -16% em relação ao estado de vigília, enquanto durante o sono noturno o seu registo é de -8%, entre outros parâmetros neurofisiológicos, como demonstrado pela tese de doutoramento do Dr. Keith Wallace em 1970 na UCLA, Physiology and Consciousness - o primeiro de mais de 600 trabalhos científicos sobre esta técnica conhecida por MT.

Durante a prática da MT – a coerência cerebral e a sincronia cerebral mensuráveis através do registo do EEG traduzem-se na experimentação de um grau de profundo repouso e alívio enquanto a mente está plenamente desperta em si mesma – o seu estado original.

O praticante – meditante, restaura e desenvolve as suas capacidades mais profundamente enraizadas ao mesmo tempo que dá um mergulho da sua percepção refrescante nos níveis (camadas) mais refinados da sua própria actividade mental até eventualmente desfrutar do estado de excitação mínima e transcendental da sua consciência – Eis a matriz das boas práticas de acordo com David Lynch, Clint Eastwood, Martin Scorcese, George Lucas, Penélope Cruz, Ana Zanatti e outros:
http://www.davidlynchfoundation.org/

Naquilo que registamos como pré-história, ainda de acordo com Fred Travis o cérebro funcionava predominantemente na tomada de decisão a partir do sistema sensorial localizado na parte anterior do cérebro que tem a ver com o medo e respostas do tipo lutar/fugir.
Posteriormente a tomada de decisão e pensamento passam a ser localizados no sistema motor. A partir deste centro, as decisões são tomadas de uma forma mais elaborada e uma a uma, ou seja, sem muita atenção ao todo (visível nos estados do urbanismo, economia, educação, saúde…. e por aí fora.)
Atualmente o córtice pré-frontal começa a centrar à sua volta a capacidade de decidir… onde o raciocínio moral, o pensamento ético, holístico e global, a previsão/antecipação e o planeamento estão sediados. A MT destaca-se pelo seu contributo para a recentragem neste sentido de um novo paradigma do funcionamento do cérebro e ainda assim, na mobilização das reservas latentes do cérebro de uma forma natural (sem esforço) de acordo com Nicholai Nicholaevitch Lyubimov, diretor da Academia das Ciências Russas de Moscovo, o que promete uma revolução na visão durkheimiana do mundo em que vivemos.

As boas práticas para connosco próprios e para com o mundo são determinantes para esta melhor ou pior História através da qualidade das continuadas decisões que tomamos… ou que negamos.
Com o objetivo de melhorar a visão do sucesso e do reconhecimento pessoal/social surge uma ferramenta espiritual não-ideológica – uma via para o desenvolvimento do pleno potencial da mente através de uma técnica mental que há milhares de anos era dada aos Kshatryia - os governantes e militares dos diversos reinos da Índia clássica - para a prevenção de conflitos e desastres humanos, que se perdeu nas brumas do tempo colonial, até ser recuperada por Maharishi Mahesh Yogi desde 1957. Até agora mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo a aprenderam e praticam.
De acordo a jornalista Laura Tennant do jornal The Independent,uk, de 10 de julho passado, do ponto de vista da bondade da história em que estamos, é da nossa responsabilidade moral promover a sua ampla difusão na nossa vida social, como é o caso do psiquiatra Dr. Norman Rosenthal, best-seller nos EUA, ou noutro registo, da Cooperativa Cultural Maharishi
www.meditacao-transcendental.com.pt - e a pequenez estrutural das mentalidades (sistema motor) que por sinal tanto nos sai cara, acabará obviamente por ceder lugar ao nível da atividade do sistema pré-frontal do cérebro,  ou seja, o desenvolvimento do recurso natural que faltava para a capacidade de superar o contraste da colossal intensidade do tempo.

Prof. Eduardo Espírito Santo 

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