Etimologicamente Dzogchen significa Grande Perfeição (Dzog=Perfeição; Chen=Grande). Define-se por uma linha mais radical do Budismo tibetano.
Originário de uma atual região do Paquistão (NO do Tibete) foi posteriormente instituído por um rei tibetano.
É o pináculo da sabedoria budista. Defende a teoria do despertar súbito que nos pode libertar numa única vida.
Dois textos fundamentais:
(Mestre) Dogen, “The Nature of Things”
Dogen refere o auto-despertar como a própria natureza das coisas. Por isso no Dzogchen a prática é uma não prática. Neste sentido o “zazen” (meditação budista) deve ser feito sem objetivos e sem esperar o que quer que seja.
Dogen refere o auto-despertar como a própria natureza das coisas. Por isso no Dzogchen a prática é uma não prática. Neste sentido o “zazen” (meditação budista) deve ser feito sem objetivos e sem esperar o que quer que seja.
Nós já coincidimos desde sempre com a natureza última das coisas, com a budeidade. Ora, se já se é, procurar é perder-se. Viver esta experiência é incluir todas as coisas no despertar.
Longchen Rabjam, The Precious Treasure of the Basic space of phenomena
Lá se diz que a natureza primordial de todos os seres é a liberdade absoluta.
Lá se diz que a natureza primordial de todos os seres é a liberdade absoluta.
Palavras da própria consciência desperta:
“Eu sou a vacuidade absoluta”
“Como não tenho características a minha mente não vacila”
“Uma mente sintonizada com a natureza primordial é naturalmente compassiva”
“A natureza primordial da mente é donde procede tudo”
“A natureza da mente de cada um de nós é o próprio centro absoluto.”
Aqui, “samsara” e “nirvana” são manifestações da própria vacuidade. A fenomenologia das coisas dependem do próprio ser.
O fundo primordial caracteriza-se por uma tripartição: vacuidade; luminosidade e criatividade (irradiação); compaixão.
Tudo é vacuidade. Tudo são manifestações do fundo primordial que não é mais que a natureza da nossa própria mente. O jogo é indeterminado, tudo se passa na relação mágica da sua correspondência.
Os mestres sabem que o corpo não tem substancialidade. É apenas um adorno da vacuidade. Uma coisa que se põe e tira em cada momento.
Tudo é sagrado. Tudo transcende qualquer conceptualização. Tudo é constantemente uma manifestação da unidade primordial veiculado no homem pela tríade corpo, palavra, mente. Não há que procurar nada por detrás dos fenómenos. Tudo o que se manifesta a cada instante é a própria natureza das coisas.
Se deixarmos as coisas tal qual são, o próprio processo assume o seu próprio curso. O universo é um processo natural de despertar.
Carlos Rodrigues
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