sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Encontros com Agostinho da Silva



AS ÚLTIMAS CARTAS DO AGOSTINHO
2ª Edição


CARTA IX

Companheiros e Amigos

A História de Portugal, inteligente, documentada, válida e duradoura, diz que a Nação nasceu por; se fixou por; se defendeu com pinheirais e castelos sempre por; navegou por; entristeceu e se alegrou por; finalmente acabou por. Aquela História de Portugal pela qual eu vou, História sentimental e fantasiosa, meio inventada talvez em muito ponto, garante-me logo de comêço que a Nação nasceu para, se definiu para; casou para; navegou para; desanimou para e reagiu para e acabará para. Eu me explico tanto quanto posso. Nasceu para ocupar a melhor das costas, dando naturalmente para o mar, mas sobretudo para o Oceano, que permite ia a todo o lado; para aprender a bolinar; para completar o Império Romano que soberanos e legiões tinham deixado só como esboço, com uns lambiscos de Europa e uns desembarcadouros de África e umas vagas idéas de Ásia; para universalizar Direito tirado pelos romanos da Filosofia grega, como engenharia baseada no Euclides; lógica de guerrear da de pensar.; para, depois de ouvir a Isabelinha de Aragão, projectar para o mundo inteiro o entender e adorar o Divino, de ser a criança o maior dos milagres, de não se ter de ganhar a vida, o que a amesquinha, e de não haver prisões, nem as de grades, nem sobretudo, porquanto piores, as que são de dúvidas. Têm razão os saábios, que tanto respeito, que Portugal foi por; mas insisto em pensar, sem autoridade alguma, que Portugal sempre foi, sempre é e sempre será para. Obrigando-nos a todos nós, a que sejamos para, servindo-nos para tal do que somos por. Vocês não acham?


                    Quadrinhas de quando em quando 
                         
Mas esta vai hoje mesmo
por ser aquela que fez
São João à Lua Cheia
do Junho do nove e três

“Que me baptize o Luar
e faça de mim portento
banhado sempre na Luz
de que serei instrumento.”



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