Honrar os Idosos e as Famílias é Prática Nacional
A RFA É FORTE PORQUE
MODERNA E TRADICIONAL
António Justo
Na semana passada, desloquei-me à Baviera, Bad Wörishofen para festejar o aniversário (90 anos) do meu sogro. Até aqui tudo seria normal se não fosse o facto de o vice-presidente da Câmara se deslocar a sua casa, acompanhado de um jornalista dum jornal da região. O vice-presidente da Câmara trouxe uma oferta da cidade e o jornalista entrevistou o meu sogro e fotografou a família; além disso, o vice-presidente entregou um documento da Câmara Municipal e um documento de parabéns do Chefe de distrito!
Cada comarca alemã tem a sua
maneira própria de honrar idosos e famílias. Neste caso o representante da
edilidade trouxe como prenda da cidade um cesto com uma toalha fina com
insígnia da câmara, um licor e produtos cosméticos biológicos (à base de
plantas, dado Bad Wörishofen ser uma estância termal)! A minha sogra pôs à mesa
cervejas, uma garrafa de champagne e salchichas brancas (uma especialidade da
Baviera) e pão.
O que aqui mais me
surpreendeu, como estrangeiro, foi a abertura e a maneira simpática como o
representante comunal e o jornalista falaram connosco, durante duas horas,
sobre os problemas internos comunais e da maneira como davam resposta aos
problemas locais apresentados.
Os municípios alemães
homenageiam, além dos aniversários pessoais (90, 95, 100 anos), também os seguintes aniversários de casamento:
bodas de ouro (50 anos), bodas de diamante (60), bodas de Ferro (65), bodas de
Vinho (70). Semanas antes do aniversário a Comarca telefona à família para
saber se é bem-vinda a sua visita.
O Presidente da RFA também
assume o apadrinhamento honorífico para os filhos do mesmo pai e da mesma mãe,
a partir do 7° filho vivo. Crianças
adotadas são tratadas como filhos biológicos. Neste caso tem de ser feito um
requerimento formal, nos departamentos concelhios, pelos interessados.
Na Alemanha, toda a pessoa
recebe uma carta de felicitações concelhias ao atingir os 18 anos (maioridade
civil).
A cidade mostra-se
reconhecida pelo contributo dos seus cidadãos estando consciente que não é nada
sem eles.
Uma sociedade que não deita ao
esquecimento os idosos é uma sociedade honrada porque reconhece já o que é e
vai ser nos que a construíram.
O meu amigo Dr. Jorge Santos,
de visita à Alemanha constatava “é uma outra cultura e diferente modo de
cidadania. Há um sentir comunitário e gratidão à memória. Ainda bem porque
assim vive-se mais feliz”. Sim, cria-se um sentimento de pertença e até de
maior compreensão por defeitos e problemas políticos, numa sociedade não
anónima!
Já o livro dos Provérbios
(16:31) reconhece " Os cabelos brancos são uma coroa de beleza
quando se acham no caminho da justiça." Uma sociedade não envelhece se
reconhece e honra os seus filhos e os seus pais!
Escrevo isto porque pode servir
de exemplo, pelo menos a nível de paróquias, de Juntas de Freguesia e de
Câmaras municipais, para a Lusofonia. Não chega homenagear publicamente só as
pessoas da classe política e económica!
António da Cunha Duarte
Justo
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