segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Rinoceronte


Fonte: Wikipédia livre 

Segundo nota de Nina Gazire (Revista Isto É- 24 de outubro de 2012) estarão expostos até 13 /01/13 no Museu de Arte de São Paulo (MASP) gravuras e desenhos do período renascentista alemão. Serão vistas 61 gravuras que vieram do Museu do Louvre e que perfazem a amostra “LUZES DO NORTE”, onde está em destaque “O RINOCERONTE”( 1515), do desenhista e gravador alemão Albrecht Dürer.
Excluindo as guerras bárbaras entre oriente e ocidente, onde se empregaram elefantes, é interessante notar que até o século XV somente Roma antiga e as cidades mediterrâneas haviam trazido animais exóticos da África para a Europa, para despertar a curiosidade da população.  Após esse intermezzo, foram com os descobrimentos das grandes navegações marítimas dos séculos XV e XVI,  intentadas, no inicio, pelos portugueses e espanhóis, que se expôs um novo mundo ao velho continente.   Com eles vieram as radicais mudanças, geográficas, políticas, econômicas e artísticas antecessoras de um novo tempo. 
As distancias e os relatos das descobertas despertavam o imaginário de homens comuns e artistas.   Pintavam (flamengos), desenhavam (franceses), xilogravavam (alemães), aquilo que viam e o que não viam, baseados em desenhos de desconhecidos e revelações contadas e escritas pelos desassombrados navegantes. Assim é que plantas e animais exóticos, povos africanos e indianos, índios, utensílios de toda a espécie, foram levados pelos europeus descobridores principalmente para Lisboa, e de lá para o restante da Europa. Marcante em 1515 foi o caso do rinoceronte indiano, presente diplomático, com fins aliciantes, do rei português D. Manuel I, o Venturoso, ao Papa Leão X.  Após enfrentar uma viagem de quatro meses, da Índia a Lisboa, passando pelos Açores, ao chegar à capital portuguesa foi visto e admirado por muita gente. Conta-se que nessa ocasião alguém, não bem identificado, fez um esboço artístico desse animal e enviou a Dürer, em Nuremberg, que o desenhou sem tê-lo visto com tal sucesso que, apesar das incorreções morfológicas, é considerado um dos trabalhos mais conhecidos da historiografia artística do Renascimento.  O pobre animal na viagem de Lisboa à Itália morreu afogado (estava preso por correntes) no naufrágio provocado por uma tempestade. Seu corpo resgatado e empalhado em Lisboa chegou finalmente a Roma em 1516.
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 25/10/12
Fontes:
Wikipédia (enciclopédia livre)
Revista: Isto É (out./12)

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