quarta-feira, 17 de outubro de 2012

No quarto de partida


Velha de teus olhos verdes,
Passageira final à barca,
Mulher de força, desgaste sólido,
Padroeira idosa já tão fraca.

Diz  teu olhar de tão trémulo,
O cansaço pestanejante ainda vivo.
Do silêncio se escuta a sentença.
Que efémero momento, agora reflectindo.

A paz da tua cama
E da minha, a turbulência.
Esperando  assim alegre fado.

Deitar-me-ei contigo para sempre
Nessa cama,  que fofa,
Com o  candeeiro  apagado.


                                       Diogo Correia


1 comentário:

MJC disse...

Então, só desejo que o fado chegue.
Um abraço.