sábado, 27 de outubro de 2012

Rosário no Outono



 Enquanto ilusoriamente o sol, no seu passo certo, vai caminhando rumo ao Trópico de Capricórnio, e assim se vai afastando gradualmente das zonas temperadas do Norte, donde vos escrevo, a temperatura vai, pouco a pouco, diminuindo, de tal forma que é hábito o céu carregar-se de nuvens que se desfazem em lágrimas e escorrem pelo nosso rosto da Terra. Do outro lado do Equador o pessoal vai começar a esquentar e logo mais teremos samba, entre outras (an)danças.


O ciclo da água cumpre-se sempre e sempre nesta região do hemisfério norte, numa relação próxima com esse abandono do sol. Ao derramarem-se as águas e furando por tudo que é sítio, engrossam os rios que em azáfama ininterrupta correm para o mar. Águas, muitas águas. Tem anos que vem menos, mas parece que desta vez não será o caso. Muitas bençãos.


Menos sol, mais frio. Vão-nos chegando umas baforadas do Ártico, mas que por enquanto não nos fazem tremer. Nos estuários, mais água doce se mistura em água salgada. É o caso da praia fluvial do Rosário, estuário do Tejo, aqui mesmo em frente de casa, como quase se consegue ver na imagem. Moramos ali naqueles sinais de casas, mesmo defronte à margem norte do Tejo para onde espreitam as colinas de Lisboa.


Fotos e texto de Lucas Rosa


4 comentários:

Anónimo disse...

Saudade... do Rosário no Outono, das pessoas, dos lugares, do avistar Lisboa, do Tejo!

Anónimo disse...

Desejos de que mates a Saudade... Uma forma de reencontro. Mas, sempre é melhor do que caminhar vazio...

Diogo Correia disse...

Muito giro amigo ;-))) grande abraço

luis santos disse...

Obrigado.
Abraço Grande.