sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mordomo


                                                                      

Ao amigo Manuel João Croca



Habita por si próprio num corpo em efervescência,
 o desejo.
Existindo, para mim, tão único aquele em que a plenitude é:
  "servir".

Servir e servir com todas as ganas para lá das vontades.
Ser servo é ser uma árvore que dá vida, alimento, faz sombra
e ainda serve de consolo a poetas e artistas.

O serviço é o bem quando vem das profundezas
do que há para lá do cosmos, habitando
no homem que o contém luzindo em ouro dentro de si.

Abastecido de razão, e pela ausência de extração,
o projecto de prefuração mineira do espírito e da alma
é renegada pela engenharia mental teimando em não desenvolver.

É urgente voltar atrás, voltar às origens ancestrais,
Montar os puzzles da antiguidade para que o mundo avance.

Servir é conhecer o passado
e elevar o futuro à mais bela forma de plenitude,
para que ele estenda sempre sua passadeira vermelha
em aconchego ao almofadado pulsar
com que embala o coração.


 Diogo Correia   



3 comentários:

estudo geral disse...

Meu Caro Amigo Diogo,
muito obrigado.

Adoro o teu poema e sinto-me deveras lisonjeado por mo teres dedicado.

Mais uma vez a linguagem é muito própria, única, tua.

A mensagem, entendi-a como a reverberação da voz do universo que por vezes escuto mas que nem sempre consigo entender com a clareza com que a explicas e, nesse registo, foi também uma espécie de aula.

Um grande abraço.

Manuel João Croca

Diogo Correia disse...

Amigo Croca!!!


Resolvi, dedicar-te este poema com todo o carinho, quando em muitas das nossas conversas tu invocas e bem aquele termo, do Servir e do servir-se.

Penso que nós em servir o outro com todo o amor estamo-nos a servir a nós próprios indiretamente e a outro nível muito para além da razão e do conhecimento.

É com todo o prazer que te o dedico ;-)))))))))))))

Grande Abraçooo
Diogo Correia

Anónimo disse...

Diogo, magnífico poema, escrito assim como quem dá, assim como quem se revela.