sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Divino Palhaço Augusto


Palhaço, sonho de menino.

E tu palhaço que és
Poeta sensível, criador de sonhos
E sábio em dom de palavra.

És aquela criança que brinca e dorme
No berço ao lado de sua mãe.
E perdes na vida como eterno perdedor,
Que necessitas de sorrisos para te manteres vivo.
E é lá, é lá na pista que tu os encontras.

Por isso vai palhaço, vai.
Mostra ao mundo o que sentes em tons de ironia,
E quando atinges o auge começas a voar,
A voar, a voar transcendendo deuses e coros celestes,
Indo para lá da caixa de jóias, que sonhaste
Conter o universo inteiro, dentro de teu quarto.

Por isso vai, vai.
Voando sobre o espaço gozando o mistério,
Quebrando o gelo de neptuno,
Mergulhando nas lavas quentes do sol,
E com um sorriso, sobes as escadas que dão até á lua,
E abraças-a com aquele abraço de ternura de criança
Como só tu sabes dar.

E quando te encotras, voltas ao circo.
Após um espetáculo brilhante
Estás sozinho no camarim a chorar,
Um choro te corrói por dentro
Vendo o mundo ideal que julgavas no berço
E que nunca existiu.

Porque és diferente palhaço,
No dom que tens de fazer rir
Quando no fundo queres chorar,
E quando olhas para o sorriso de uma criança,
Ves-te nela como sendo tu a sorrir para o palhaço.

Olho para a lua e vejo teu rosto triste Augusto,
Secando os olhos de tanto choro e riso,
Levando sempre contigo o eco de mais uma gargalhada.



                                                                                     Diogo Correia


2 comentários:

MJC disse...

Amigo Diogo, andaste a ler "O Sorriso aos Pés da Escada" não foi.

Gosto muito como vem sendo habitual

Abraço-

Croca

antonio disse...

Obrigado pela viagem.Belo.
antonio