Palhaço, sonho de menino.
E tu palhaço que és
Poeta sensível, criador de sonhos
E sábio em dom de palavra.
És aquela criança que brinca e dorme
No berço ao lado de sua mãe.
E perdes na vida como eterno perdedor,
Que necessitas de sorrisos para te manteres vivo.
E é lá, é lá na pista que tu os encontras.
Por isso vai palhaço, vai.
Mostra ao mundo o que sentes em tons de ironia,
E quando atinges o auge começas a voar,
A voar, a voar transcendendo deuses e coros celestes,
Indo para lá da caixa de jóias, que sonhaste
Conter o universo inteiro, dentro de teu quarto.
Por isso vai, vai.
Voando sobre o espaço gozando o mistério,
Quebrando o gelo de neptuno,
Mergulhando nas lavas quentes do sol,
E com um sorriso, sobes as escadas que dão até á lua,
E abraças-a com aquele abraço de ternura de criança
Como só tu sabes dar.
E quando te encotras, voltas ao circo.
Após um espetáculo brilhante
Estás sozinho no camarim a chorar,
Um choro te corrói por dentro
Vendo o mundo ideal que julgavas no berço
E que nunca existiu.
Porque és diferente palhaço,
No dom que tens de fazer rir
Quando no fundo queres chorar,
E quando olhas para o sorriso de uma criança,
Ves-te nela como sendo tu a sorrir para o palhaço.
Olho para a lua e vejo teu rosto triste Augusto,
Secando os olhos de tanto choro e riso,
Levando sempre contigo o eco de mais uma gargalhada.
Diogo Correia
2 comentários:
Amigo Diogo, andaste a ler "O Sorriso aos Pés da Escada" não foi.
Gosto muito como vem sendo habitual
Abraço-
Croca
Obrigado pela viagem.Belo.
antonio
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