Porquê
Porque é que o dia-a-dia não é mar?
Um vai e vem de imensidão, beleza e renovação.
E porque não?
Porque é que aquilo que é e que nos prende e
desagrada
terá de ser assim
sempre assim,
sem que possa ser diferente do que foi até então?
Porque não fazer a diferença?
E porque não?
Porque é que os problemas dos homens não são arte?
Arte que transfigure o que é feio em belo,
o desagrado em prazer,
algo eternamente belo, objeto de contemplação?
E porque não?
Porque é que insistimos no que é feio,
desonesto e imoral?
Porque é que preferimos o inferno,
se o bem-estar social está perto,
ao alcance de uma mão?
Porque é que cada um de nós não consegue fazer a
diferença,
a mudança e a (r)evolução?
E porque não?
PEDRO VARGAS
2 comentários:
Este poema do MFI trouxe-me à memória uma canção que fiz, faz tempo. Reza assim:
ESTÁ A CLAREAR
Está a clarear,
a pouco e pouco está a clarear,
à medida que cresce o dia
algo se sente na nossa mente
que começa a clarear
(REFRÃO)
Porque será que estão tão sujos os mares?
Porque será, porque será?
Porque será que morrem os peixes dos rios?
Porque será que tens os olhos tão vazios?
Porque será, porque será?
Refrão
Porque é que está tão enfumarado o ar?
Porque será, porque será?
Porque disparas com tanto desdém?
E nem te sentes quando matas alguém?
Porque será, porque será?
Refrão
Porque será que gostas tanto da bomba nuclear?
Porque será, porque será?
Porque é que gostas tão pouco da floresta?
Porque será que para ti ninguém presta?
Porque será, porque será?
Refrão
Porque será que estás sempre a trabalhar?
Porque será que não consegues divertir? Porque será que só te deixas enganar?
Porque será, porque será?
(BIS)
Está a clarear.
Será porque somos seres imperfeitos, incompletos, ainda em construção?
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