MIRADOURO 38 / 2014
O
que vivemos e a forma como acontecemos no que nos houve traduz aquilo que
somos.
É
muito diferente chegar ou estar sem nunca ter saído.
Quando
se chega, trazem-se sempre marcas das viagens realizadas.
Nas
memórias impossíveis de apagar,
Nas
emoções registadas porque vividas
No
mapa-itinerário interior onde perpetuamente se elabora a personalidade.
E
nisso, somos todos diferentes e todos iguais porque nada é a fingir.
Manuel João Croca
Foto de Edgar Cantante
9 comentários:
Já agora revelo a que veio a seguir:
http://www.youtube.com/watch?v=J_i4Kc1MLDg
E por fim "todo errado": http://www.youtube.com/watch?v=ygwm3N9yrSk
Tem de ser bom o texto e a imagem que nos transporta, numa viagem intemporal, para Claude Lelouch, "Les uns et les autres", para o Bolero de Ravel, para Caetano Veloso e "Uns".
Vou comprar essa viagem, agora que já estou a meio caminho, nem fazia qualquer sentido desistir...
Abraços,
António
12 de Outu
Luís, viva!
Quando os textos nos remetem para algum lugar é porque uma viagem se faz.
Viajar implica deslocamento, movimento, quer seja físico ou interior.
Pode ser esse o propósito dos textos que se escrevem.
Ou não.
De qualquer forma, a viagem com várias estações que partilhaste é indiscutivelmente (para mim, claro)uma bela viagem.
As viagens em que nos tempos mais próximos passados me tenho empenhado, têm-me levado para outras latitudes, é outro o registo que faço das paisagens percorridas mas, é mesmo assim,
cada um viaja à sua maneira por territórios diversos e, naturalmente, os registos diarísticos diferem.
Não quer dizer que uns sejam melhores ou piores que os outros, são apenas diferentes.
Aliás, para mim é esse o enorme sortilégio das viagens: a descoberta pessoal e transmissível.
Já há muito tempo que não revia aquela sequência do "Les uns et les autres" e é de facto magnífica.
Muito obrigado pela partilha e pelos comentários.
Um grande abraço.
Manuel João
Viva António.
A foto quase que poderia ilustrar aquele título da Duras "O tempo esse grande escultor" e sobre o texto não digo mais nada.
Quanto à viagem que o amigo Luís proporcionou também tirei bilhete claro, até já a fiz e, como era esperado, foi uma bela viagem.
Grande Abraço.
Manuel João
Creio que ficou alguma coisa por dizer sobre a fotografia que acompanha o belo texto. Aquela terra, plena de tesão, com aquele falo bem firme, merece bem todas as nobres palavras e músicas que por aqui se atravessam.
bem hajam.
É engraçado ...
normalmente as fotos do Amigo Edgar que escolho para fazer conjunto com os meus textos não pretendem ser ilustrativas mas, neste caso, até havia essa pretensão.
De facto, a bela foto (como muitas outras que ele tem registado) mostra o papel do tempo e dos elementos enquanto escultores da natureza. Creio que connosco também acontece assim, facto que é normal por nos ser difícil entender o homem fora da natureza.
Mas isto, como diria o Gedeão, é como tudo:
"Vê moinhos? são moinhos.
Vê gigantes? são gigantes."
e assim se constata que para a mesma paisagem ou acontecimento haverá sempre olhares e interpretações diferentes.
E é assim que está certo.
Para que a grande aventura gratifique e possa continuar.
Abraço.
Manuel João Croca
Nem mais. A multi-interpretação para lá das paisagens, das peças artísticas, é inerente à própria vida, ao próprio ser.
Vês matéria, tens matéria, etc. Mas D. Quixote não foi ao fundo da questão. Quer dizer, "to be or not to be, is not a question!..."
Abraço.
Bem, o textinho que publiquei pretendia ter a ver com isso, com o ser ou melhor com as maneiras de se ser.
Creio que, de facto, os comentários "deslocalizaram" a questão que passou a ser outra como eu creio ter entendido muito bem.
Enfim, ideias, sentimentos, em movimento, expressando-se...
A gente tenta entender, entende.
Abraço.
Manuel João Croca
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