quarta-feira, 8 de outubro de 2014


O Jardim


Longe!...Muito longe ficou.
O tempo da terra batida, pisada, sofrida.
A criançada corria, saltava, brincava.
Era o coito e aconchego da pequenada.
As tâmaras vindas das palmeiras.
Serviam para comer, e para as brincadeiras.
Um lago existia bem no centro.
Com árvores e arbustos bem por dentro.
O chafariz, como ficou este infeliz.
Tua pedra base; a primeira
A que deveria ser para a vida inteira.
Outra está em teu lugar: não é a original.
Desapareceu!... Ninguém levou a mal.
Hoje a sua aparência é diferente, está calçado.
Para quem sente, todo o espaço está desnudado.
Mantém o coreto em seu esplendor.
Com formas e traços do melhor.
Está só!... Está desacompanhado
Sente-se triste, não é utilizado.
Em tempos foi um jardim.
Foi espaço alegre e sensível para mim.


José Ramos

22-09-2014

1 comentário:

MJC disse...

É caso para dizer que para além de belo o poema conta tudo como aconteceu.
Eu sei porque também ando por aqui e confirmo.
Parabéns e um abraço amigo Zé Ramos.

Manuel João Croca