Persistência da Memória, Salvador Dali, 1931
Óleo sobre Tela, 24x33cm
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MÃOS
um pedaço de água se faz gelo e procura o frio
fecham-se as horas
a lua brilha e desvenda uma luz refletida de mim
o instante, parado, sussurra segredos
sozinhas
as palavras caem e vêm morar na quietude suspensa do mar
desnudadas ficam
como silêncios noturnos vestidos de gritos gelados
abertas as horas
o dia veste-se de azul e as palavras correm mais cedo
chegas afinal
e as mãos
apenas as tuas mãos
as sabem agarrar
um pedaço de água se faz gelo e procura o frio
fecham-se as horas
a lua brilha e desvenda uma luz refletida de mim
o instante, parado, sussurra segredos
sozinhas
as palavras caem e vêm morar na quietude suspensa do mar
desnudadas ficam
como silêncios noturnos vestidos de gritos gelados
abertas as horas
o dia veste-se de azul e as palavras correm mais cedo
chegas afinal
e as mãos
apenas as tuas mãos
as sabem agarrar
Maria Teresa Bondoso
3 comentários:
Nunca fui muito sensível ao Dali mas, como as palavras às vezes ganham uma dimensão mágica, com a ajuda da Teresa parece que tudo faz mais sentido,fica mais certo, a gente aprende a gostar e acaba a indiferença.
A conjunção é perfeita e, como tal, num único post apreciamos três artistas.
Abraços.
Manuel João Croca
... e a memória persiste...
MJC e TB: As minhas memórias vão-se atafulhando num sótão em que o pó vai pousando, deixando-as cada vez mais vulneráveis.
No entanto, este maldito pó não consegue atenuar as mais antigas...
É onde eu noto a persistência da memória!
Abreijos,
António
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