quarta-feira, 8 de março de 2017

Encontro de Escritores (1º testemunho)


Perante uma ideia tão brilhante e tão habilmente desenvolvida, esta testemunha, aqui, deste lado do charco, só pode curvar-se em humilde vénia.

Por uma vez, estive na presença de génios das letras muitos dos quais admirei e admiro. Que sorte! Em boa verdade, limitei-me a ficar sentadinho no meu canto a assistir mudo de espanto e veneração.

Na certeza de que não terei outra oportunidade assim, nem enquanto terráqueo, nem já como alma penada. Presumo que o Além Celestial, tal como o Inferno de Dante, também deve estar organizado segundo um modelo ptolomaico, com todos estes génios lá em cima, bem junto ao Altíssimo.

Ora eu o mais a que posso aspirar é quedar-me logo pelo r/c do Paraíso, a fazer umas palavras cruzadas ou a jogar uma partida de Go, se por lá houver parceiro(a).

Um dia destes, logo que tenha tempo e haja engenho, irei convocar amigos do movimento "Claridade" e outros poetas, uns lusos, outros nem tanto, que ficaram melindrados por não terem sido também convidados para a tertúlia. En passant, consta que a vida no Paraíso é um bocado monótona. Como é só paz celestial, os vivos debates de ideias a que eles estavam habituados não têm como medrar. Uma pasmaceira!

Abraço

António Palhinha Machado

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