Perante uma ideia tão brilhante e tão habilmente
desenvolvida, esta testemunha, aqui, deste lado do charco, só pode curvar-se em
humilde vénia.
Por uma vez, estive na presença de génios das letras muitos
dos quais admirei e admiro. Que sorte! Em boa verdade, limitei-me a ficar sentadinho no meu canto a
assistir mudo de espanto e veneração.
Na certeza de que não terei outra oportunidade assim, nem
enquanto terráqueo, nem já como alma penada. Presumo que o Além Celestial, tal
como o Inferno de Dante, também deve estar organizado segundo um modelo
ptolomaico, com todos estes génios lá em cima, bem junto ao Altíssimo.
Ora eu o mais a que posso aspirar é quedar-me logo pelo r/c
do Paraíso, a fazer umas palavras cruzadas ou a jogar uma partida de Go, se por
lá houver parceiro(a).
Um dia destes, logo que tenha tempo e haja engenho, irei
convocar amigos do movimento "Claridade" e outros poetas, uns lusos,
outros nem tanto, que ficaram melindrados por não terem sido também convidados
para a tertúlia. En passant, consta que a vida no Paraíso é um bocado monótona.
Como é só paz celestial, os vivos debates de ideias a que eles estavam
habituados não têm como medrar. Uma pasmaceira!
Abraço
António Palhinha Machado
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