sábado, 22 de maio de 2010

Do fundo primordial, ou "o nada que é tudo"

Gravar o momento e falar da natureza primordial
da mente inata fundamental da clara luz
do nosso património colectivo, absoluto:

o rosto fixa-se e as energias pulsam
os olhos brilham e iluminando-se tudo iluminam
as células acaloram-se e rejubilam
tudo está integralmente certo a cada instante
todo o ser é naturalmente compassivo
sendo um aparente vácuo tudo está cheio
os amigos que nos envolvem são todos um.

O coração aconchega-se e a mente acalma-se.

Como é bom andar ao Deus dará
no eterno agora
onde tudo o que acontece é perfeito.


Poema feito em final de aula sobre Dzogchen em estado de "consciência clara relativa…", porque poderia acontecer noutro lado, a partir de outras ocorrências que não necessariamente palavras.

Luis Santos

2 comentários:

A.Tapadinhas disse...

Gostei do poema.

Fiquei intrigado com algumas palavras, que desconhecia.
:(

Consultei o Ser que tudo sabe (para que não restem dúvidas, Google) e li: Dzogchen é o maior e mais definitivo caminho para a iluminação.

E então fiquei iluminado! Assim é fácil fazer poesia!

Será que também seve para outras coisas, entenda-se, pintar?
:)

Brincadeira! O lugar "onde tudo o que acontece é perfeito", para mim, tem um nome: Terra! Aqui e agora! Aproveitem!

Abraço,
António

luis santos disse...

Pincéis e tintas são coisas que não uso. O meu negócio são palavras. Portanto, digamos que é assim como uma pintura a preto e branco. Imagino que o Dzogchen para os pintores que gostem do género não deve ser mau. Não sei ao certo, não conheço nenhum.

Agora, é claro, que a Terra por si só não existe. Senão para quem brilhariam as estrelas à noite? Mas lá que é perfeita, é!

Abraço,
Luis.