quinta-feira, 22 de setembro de 2011

d´Arte - Conversas na Galeria LVI


Máscara Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre papel Canson 400g 32x24cm

Em 2002 fiz um cruzeiro nas Bahamas. Saí de Miami no luxuoso paquete “Majesty of the Seas”, direito a Nassau, onde bebi rum no “Nassau´s Pirate Pub”, passei um dia numa ilha minúscula com o nome de ”CocoCay”, concessionada para uso exclusivo dos participantes no cruzeiro, onde nos vinham servir as bebidas enquanto nadávamos nas suas águas cálidas. E nem digo quem e como nos serviam as bebidas…
Depois desta viagem de sonho, ao contrário do que seria de esperar, escrevi um conto de terror, que tem o seu início em Nassau.
Este meu trabalho, que serviu para ilustrar o conto, é inspirado nas máscaras nativas que estão presentes em quase todas as lojas para turistas.
Quanto ao conto propriamente dito, vai fazer parte dum livro de contos que estou a preparar para apresentação a uma editora…

2 comentários:

Luís F. de A. Gomes disse...

Vamos então ficar atentos a essa compilação de contos. Depois de um romance, assim se constrói uma obra literária, mostrando que o Autor é capaz de manusear os diversos géneros. Estamos pois a ver o nascimento e a formação de um escritor que, sem dúvida alguma, se vai construindo numa conversa íntima com a sua outra vertente artística, a da pintura. Saudamos isso; por muito o(s) discurso(s) dominante(s) crie(m) padrões de gosto -que não necessariamente de crítica inteligente- que não vamos aqui discutir, o mundo fica mais enriquecido e isso é de louvar.

Quanto a esta pintura, muitíssimo bem conseguida, justifica a tal aparente (e só aparente) contradição entre o tal paraíso e o terror do sonho. É que estamos perante uma máscara de Vudu o que nos remete para o poder de forças ocultas em que acreditam as tradições africanas que os escravos levaram para o caribe -e para o continente americano, em geral.

Vi, no mês passado, em Bragança, uma exposição de pinturas de máscaras -neste caso Ibéricas- feitas por vários pintores e acredita que gostei do efeito de cor que ali foi conseguido.
Pois bem, deveria ser igualmente interessante e cheia de beleza pictórica -e porque não mitológica?- uma mostra das máscaras que, por ventura, tenhas pintado e se a memória me não engana, parece-me que já pintaste algumas.

Aquele abraço, companheiro
Luís

A.Tapadinhas disse...

A tua memória, em vez de dizer de elefante, prefiro dizer de escritor, que regista o que se passa à sua volta, para utilização futura, mais uma vez tem razão! Tinha uma quantas pinturas étnicas que (in)felizmente já vendi, o que dificulta o trabalho a quem se propuser a tarefa de fazer a tal exposição.

Não é o caso desta pintura e de uma outra. Portanto, temos para a tal futura mostra duas obras: Caribe e África do Sul! Poucas mas boas, como se diz das piadas ditas pelos mais sorumbáticos...

Fica a faltar uma pitada de Angola e da Guiné tudo levado ao forno com uma pitada de Brasil...

Abraço,
António