Resolvi tirar férias na “geral”.
Computador desligado, celular, só de uso estritamente necessário. Sem compromissos e horários, levantar só quando espontaneamente acordar. Caminhadas na praia, à beira-mar (se o tempo deixar), esquecer a dieta e comer pratos quentes, bem saborosos, para esquentar o estomago e satisfazer o paladar. Conhecer os novos parentes, visitar alguma cidadezinha pitoresca do interior do estado. “Bater um papo”, “jogar conversa fora”, sem se preocupar com a crise econômica mundial ou a violência que assola todos os lugares. Em algum canto quieto e confortável, ler aquele livro há muito tempo guardado, sem ninguém para interromper ou para atrapalhar. Eis o meu projeto de vida por quatro semanas. Decidi que faria tudo isso quando vi renomado escritor nacional se queixar que a INTERNET foi a causadora da sua baixa produtividade literária, de alguns anos para cá, e que também lhe roubou tempo de vida que deveria ser gasto com familiares e amigos. Disse o que a maioria das pessoas sabe:
“São tantas as mensagens de e-mails que recebo que para abri-las despendo uma eternidade”. Se por um lado o uso do computador informa, ajuda e agiliza o cotidiano contemporâneo, por outro lado pode provocar mania, ansiedade, LER (Lesão de esforço repetitivo), e outros problemas ortopédicos, além de facilitar o sedentarismo que tanto mal faz à sociedade moderna. Estamos sempre tentados a abri-lo para ver a correspondência e as novidades da mídia. Então, para as crianças, a Internet com suas páginas ilustradas, jogos e diversificadas informações, passa a ser um risco à formação intelectual e ao desenvolvimento físico, quando mal usada. Se a rapidez de comunicação virtual traz mais conhecimento, também pode trazer, paradoxalmente, dificuldade na seleção e interpretação de dados, nem sempre confiáveis. Qualquer um pode deixar lá, gravadas, suas impressões verdadeiras ou falsas. É preciso ter maturidade psíquica e cultural para bem avalia-las.
A Internet deve ser um instrumento virtual de apoio e ajuda, mas que também pode produzir efeitos colaterais maléficos. Como fonte de saber, não deve substituir os livros, jornais, revistas, objetos palpáveis, e sim divulga-los, populariza-los, faze-los seus aliados. Assim teremos a máquina a serviço do homem, deixando-o mais conhecedor, mais “antenado”.
Maria Eduarda Fagundes
1 comentário:
Existe na internet no facebook uma rede chamada SKOOB, a maior rede social para leitores do país.É bem interessante pra ler,colocar suas resenhas,trocar idéias sobe o livro lido etc.....Dá uma olhada. Concordo plenamente com o seu artigo.
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