por
Sebastião Sorumenho
Para a
Alexandra Grave, poetisa da cor,
todo o amor que haja nesta vida,
para ti.
NOTA DE ABERTURA
Este livrinho é uma tentativa de romance. Ao nível do conteúdo, trata-se de uma exposição de carácter biográfico ou, se quisermos, para sermos mais precisos, auto-biográfico. Quanto à forma, a narrativa faz-se sob o aspecto de quadros diversos que, no todo, nos dão os contextos e tramas de uma determinada vida que, afinal, acaba por agregar uma série de outras. Neste sentido, este singelo trabalho pretende ser uma auto-biografia romanceada por painéis. Evidentemente, com isso se perde uma ficção encadeada e, consequentemente, um enredo feito a partir de uma história que se conta a partir de um ponto e, com mais ou menos derivações, acaba em outro, logicamente, sequente daquele. No entanto, não é isso que impossibilita que se conte uma história e que, no seu global, esta não se nos apresente inteligível, como até cheia de acção. O que eventualmente se possa perder em interesse, pode, muito bem, ganhar-se em encanto. No caso desta esforçada experiência do meu parco talento, se os objectivos são ou não atingidos, é uma decisão que ao querido leitor caberá.
Antes de avançar devo esclarecer que a auto-biografia de que se fala não é a minha mas sim a do narrador. Se a tomasse como pessoal, então deveria dizer quão fantasiada estaria.
Sebastião Sorumenho foi um nome que escolhi para assinar um determinado projecto literário que foi crescendo à medida que elaborei os diversos trabalhos que o compõem. Ainda que hajam peças escritas segundo a técnica do Deus Todo-Poderoso, outras existem, especialmente no que diz respeito aos contos, as quais nos são apresentadas e contadas por um determinado narrador que, de umas para as outras, permanece o mesmo e, simultaneamente, também é um dos elementos estruturantes deste empreendimento literário. Pois aqui, a ideia foi humanizar um pouco –digamos assim- aquilo que por ser apenas um propósito poderia ter em si os germens de uma certa aridez. Assim, complementando as referências incertas nos trabalhos anteriores e, simultaneamente, dando-lhes unidade, com o “Intimidades” procurei inventar uma biografia para o narrador que, por isso, surge também como uma das personagens do conjunto. Não se confunda isto com qualquer heteronímia. Sublinho, nada mais quis para além de conferir um rosto a um nome, a fim da carne e do osso que, na minha modesta opinião, a literatura sempre deve ter.
A diferença de dois anos entre a produção dos primeiros textos e a maioria restante, não tem qualquer importância. Deveu-se ao facto de outros trabalhos se intrometerem e ganharem prioridade. Contudo, creio ter conseguido manter o estilo, já que os propósitos e os métodos escolhidos estavam convenientemente registados e não iriam sofrer alterações devido a qualquer melhoria qualitativa da minha escrita.
Portel, 22 de Maio de 1998
Fotografia de Margarida Carvalho de Almeida Gomes
5 comentários:
Alea jacta est...
Vou esperar para ver o que Sebastião Sorumenho tem para contar!
:)
Abraço,
António
E assim serás um daqueles que dirão se os objectivos propostos foram ou não concretizados.
Quanto ao até lá, só posso desejar que te divirtas com o Sebastião Sorumenho e se pelos episódios que se sucederão e no conjunto dos mesmos, aí encontrares conversa de pensamento, então direi que não terei escrito em vão.
Vamos então ver o que o Sebastião tem para contar, desta vez -antes do "Intimidades", já existiam cinco outros volumes, três romances e duas compilações de contos- num plano mais intimista.
Depois dirás ou, também poderá ser assim, irás dizendo.
Aquele abraço. companheiro
Luís
Boas!!! Agora também fiquei curioso ehehehe Gostava também de poder conhecer o Sebastião :-)))
O livro é impresso ou digital??
Um abraço e boa escrita :-))
Diogo
Do livro, o lerás, neste formato que é o único em que ele, pelo menos até à data, virá a conhecer o olhar do público em que também estará o teu, se assim o quiseres.
Quanto à curiosidade... Estás desde já convidado para ires conversando com o Sebastião, provavelmente ficarás a conhecê-lo.
Mas lanço-te um desafio. Será ele o mais importante ou aquilo que ele irá contar?
Só no fim o poderemos dizer, ao certo e, por isso, o desafio é a companhia das próximas terças-feiras, a tua é claro; afinal, para que o Sebastião se dê à conversa, é preciso quem com ele a partilhe.
E embora possa parecer mal ser eu a dizê-lo, palpita-me que irás gostar e tenho a certeza que irás pensar no que o Sebastião nos contará.
Deixo-te pois a companhia do Sebastião pelas próximas semanas que serão muitas.
Até lá, aquele abraço
Luís
Vamos acompanhar então o Sebastião e ouvir atentamente a sua história de vida.
Venha ele! :-)
Abraço
Diogo
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