sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ENCONTROS COM AGOSTINHO


As Últimas Cartas do Agostinho
2ª edição

Carta III

Caros Amigos

Tem cada uma êste Convento! Calculem que decidiu, e estou pronto a obedecer, que as folhinhas dactilografadas são de inteira responsabilidade do Agostinho; que seria bom publicá-las em séries de dez em cada doze meses, a distribuir por tôdas as pessoas que enviem 500$00 por série, ou o correspondente em moeda estrangeira, (e como é que o coitado do Agostinho, que não é de modas, se vai entender com isso de “écus”), ou directamente ao responsável ou à conta 7968218/001 da Agência do Príncipe Real, Lisboa 1200, do Banco Totta & Açores, exceptuando-se apenas os interessados que tenham de algum modo ajudado o Convento. Tudo isto deve entrar em vigor quando for publicada a Folhinha de Abril 93.
Quanto ao que se poderia chamar de Política, está o Convento pronto, como deve, a cumprir tudo o que caiba ao País dentro do direito nacional e internacional, com liberdade de exprimir opiniões em cada caso, assumindo, por outro lado, dois compromissos seus a que deseja incitar todos os Portugueses, sendo um o de educar a Europa Transpirenaica, outro o de que venha constituir-se como uma Confederação ou coisa parecida de tôdas as Nações de Língua Portuguesa, e não só as Africanas, sendo um dia Portugal seu representante na Europa Comunitária. Este projecto de entidade internacional inclui Timor enquanto existirem os desentendimentos ou conflitos actuais.
Querem também que eu anuncie que já comecei a desenhar um TERRAÇO Africano, chamado MONOMOTAPA, que inclui uma organização de base étnica em tudo o que se refere à costa ocidental sôbre o Atlântico, e, do lado do Índico, semelhante ao, digamos Império, que os Portugueses descobriram a partir do século XVI, depois de estabelecidos em Sofala. A África do Sul fica com regime repartido entre um e outro, pensando todos, dum litoral ao outro, que fique nítido que o ideal de futuro é o da cultura do Povo Português nos séculos XIII e XIV.

Lua Nova de 22.01.93


  
Ode breve ao Antoninho
que havia no Santo António
e namorava nas fontes
sem dar entrada ao demónio

e que organizava orquestras
feitas de gaitas de foles
e tambor passo de marcha
para animar os mais moles

arma então uns bailaricos
de moços e raparigas
não batiam castanholas
aos males faziam figas

viveu um tempo em milagre
dos mais belos o mais belo
olhando a sua cidade
das arribas do Castelo

mas só lhe foi o mais próprio
Largo de Santo Antoninho
onde morou há quanto ano
seu servidor Agostinho

Sem comentários: